tag:blogger.com,1999:blog-12399465328853557922024-03-13T15:08:24.279-03:00PARADIGMAS ROTOSVisões, opiniões e experiências de vida do autor.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-10750585360273859572012-07-24T23:22:00.000-03:002012-07-24T23:23:39.498-03:00Arrependimento<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Calibri;"><em><span lang="ES" style="mso-ansi-language: ES;">Hay golpes en la vida, tan
fuertes... ¡Yo no sé! <br />
Golpes como del odio de Dios; como si ante ellos, <br />
la resaca de todo lo sufrido <br />
se empozara en el alma... </span>¡Yo no sé!<o:p></o:p></em></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>– <span style="font-size: x-small;">César Vallejo em “Los Heraldos Negros”</span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Impressiona-me
muito assistir às pessoas baterem no peito dizendo: “não me arrependo de nada
do que eu fiz”. O mais próximo que a minha paciência permite, com o “non-sense”
dessas pessoas, é acreditar que elas não saibam o significado da palavra
“arrependimento”. Quem não se arrepende de alguma coisa que já tenha feito, ou
não viveu nada ou não aprendeu com os percalços da vida (o que já seria um bom
motivo de arrependimento). Pior ainda se elas acreditam que nunca fizeram nada de
errado. Com certeza, deveriam se arrepender de não terem ficado caladas. </span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Arrepender-se significa concluir que
deveríamos ter agido diferente perante alguma situação do passado. Somente um
besta orgulhoso não consegue identificar situações onde errou e, portanto, o
seu comportamento deveria ter sido diferente. Por muitas vezes, o
arrependimento é visto como sinal de fraqueza. Isso é loucura! Arrependimento é
sinal de aprendizado, maturidade, humildade e vontade de melhorar. </span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por
algum motivo idiota, as pessoas enxergam os seus erros como fraquezas, razão
mais provável para não aceitarem o arrependimento.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O dia em que a humanidade aceitar o erro como
um processo normal para o crescimento, haverá uma diminuição de pacientes nos
divãs dos terapeutas e um índice de felicidade maior. O problema é: como mudar
isto numa sociedade, onde somente o acerto é valorizado?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na escola, ganha estrelinha quem acertar mais;
no esporte, ganha medalha quem conseguir o menor tempo, a maior distância, etc.
O aluno ou atleta que se esforçou e teve um aprimoramento gigantesco, comparado
com o que possuía antes, não tem reconhecimento se não for “o vencedor” e, pior
ainda, às vezes é visto como um fracassado, quando na verdade é muito mais
vencedor do que o medalhista ou o primeiro colocado da turma.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tenho forte esperança que o sistema, em breve,
reconheça que o modelo adotado tem formado uma massa enorme de vencedores que
são tachados como “fracassados” e que, mesmo os vencedores ao verem que, em
outros aspectos da vida, não são os melhores, não precisam colocar o crachá de
“fracassados” nos seus pescoços. Não saber lidar com o erro ou com não “ser o
melhor” tem gerado um exército de autênticos vencedores que se acreditam
“fracassados”. Como consequência geramos arrogantes que acreditam ser correto
não ter com o que “se arrepender”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Será
que somente eu tenho enxergado isso?</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
arrependimento pode vir pelo reconhecimento de uma atitude diferente a ser
tomada, como efeito de uma decisão pessoal (não farei isto novamente para não
obter esta ou tal consequência) ou então, como uma reação decorrente de um fato
o qual não contávamos como provável (os golpes da vida, que o poeta menciona
acima). Quando o aprendizado resulta de uma decisão pessoal mal avaliada,
crescemos como pessoa. O arrependimento, às vezes, é mais complexo quando resulta
de fatos externos às nossas decisões, por decorrência de atitudes de terceiros
ou então de imponderáveis na vida, como catástrofes ou acidentes. Nestes casos,
acreditamos que reagimos corretamente e que o “golpe” é culpa de terceiros ou
do “acaso”. Se bem, é verdade, que não somos responsáveis pelas atitudes de
terceiros e nem pelas fatalidades; todavia, é verdade sim, que somos
responsáveis pela maneira como permitimos que estes fatos afetem as nossas
vidas, o nosso humor e o nosso destino.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando
permitimos que variáveis que estão fora do nosso controle afetem profundamente
a nossa vida, viramos fantoches ou de terceiros ou do destino. A única forma de
virarmos o jogo ao nosso favor é avaliarmos as lições que estes fatos podem nos
trazer e seguir adiante, fazendo as mudanças necessárias para que isto não
aconteça de novo ou impacte tão contundentemente.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Às vezes, a dor poderá ser inevitável, mas
aceitá-la como componente natural da nossa existência permitirá que o golpe não
seja tão traumático assim, mas passageiro.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Arrependimento
não mata, constrói, quando ele não é só um lamento, mas sim um
aprendizado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sacou?</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><span style="font-family: Calibri;">APOLO.</span>APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-14070285987057422802011-01-10T22:55:00.003-02:002011-01-10T23:11:25.235-02:00AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO?<ul><li><div align="left"><span style="color:#cc0000;"><em>“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Bíblia – Livro de Marcos, Cap. 12)</em><br /></span><span style="color:#ff0000;"><br /></span></div></li></ul><p align="left"></p><br />Caso colocasse somente a segunda parte da citação e tirasse o plural (ao final) a idéia principal ficaria mudada. O objeto desta postagem não é discutir a primeira parte, embora a diferença de ênfase dada dê uma baita discussão filosófica. Doutrinas não é meu foco de discussão, muito menos tentar empurrar as minhas crenças para os que me honram com seu tempo e leitura.<br /><br />Será que é efetivamente possível “amar aos outros como a si mesmo”? Os religiosos responderão “Sim, claro!” imediatamente. Do outro canto do ringue os psicopatas responderão “claro que não!” com a mesma rapidez. Curiosamente os religiosos após breve reflexão verão que, nas suas próprias vidas, embora saibam como deveria funcionar o amor, é difícil e frustrante colocar esse conceito em prática. Da mesma forma os psicopatas após pensar um pouco se perguntarão “o que é amar mesmo?”<br /><br />Voltemos ao básico, procurando num dicionário qualquer encontraremos a definição de amar como sendo “Ter amor, afeição, ternura por, querer bem a, apreciar muito, estimar, gostar de...” Ouso a resumir: “amar é ter sentimentos bons em relação a algo ou alguém”... uhhmmm... Não gostei! Amar é mais do que “ter sentimentos” amar é um verbo, é uma ação, e toda ação envolve uma decisão, e toda decisão acarreta uma responsabilidade.... Agora ficou mais completo, sentimento sem ação não é nada, aliás, é pura demagogia. Tentarei compor a “minha” definição: “Amar é <strong>agir</strong> levando em conta o amor que temos por algo ou alguém”, simples assim. Não, não definirei amor, mas uma coisa fica clara. <em><em><strong>Amor sem amar não existe</strong></em></em>. Ou um sentimento sublime que não é forte o suficiente para levar você a agir da maneira correta não merece o nome de amor.<br /><br />Amar não é somente uma decisão, é também uma habilidade, uma capacidade, um dom, uma característica da nossa personalidade, um componente do nosso software emocional. Como é comum na natureza, uns vêm com mais capacidade outros com menos. Bonito é pensar que todos têm a mesma capacidade de amar, maduro é aceitar que isso não existe. A boa notícia é que, igual às outras capacidades, podemos melhorar com a prática. Entretanto a má notícia é que a falta de prática nos leva a fortalecer o nosso egoísmo e dificuldade para amar. <strong>Nessa brincadeira não tem como ficar neutro</strong>. A vida nos apresenta momentos de decisão todos os dias e todos os dias fortalecemos um lado ou outro. Aí é que vem a confusão: Como amar ao próximo como a si mesmo se para “nos amarmos” temos que ser egoístas e, portanto deixar de amar ao próximo? Será que um dos dilemas transcendentais da vida é “amamos ou somos egoístas?” Dependendo das nossas capacidades uns acharão mais fácil amar, outros acharão mais fácil ser egoístas de forma natural e sem dor na consciência. Para a sua decepção, que estava começando a ficar feliz com a idéia de que “ser egoísta pode estar ok em certas ocasiões”, reservei esta idéia: <strong>egoísmo e amor não combinam</strong>, impossível praticar o amor sendo egoísta, na verdade é muito mais provável que você pratique o egoísmo e diga que é amor.<br /><br />Amar pode ser agradável e gratificante, mas também pode ser dolorido, sofrido, frustrante. O amor leva em consideração o que é para o nosso bem, o nosso crescimento, o nosso fortalecimento, etc. Nesta altura acho que já aprendemos a separar o que é para o “nosso bem” do que é para o “nosso bom”, ambos não andam necessariamente juntos. Tendo isto em mente fica mais fácil decidirmos como praticar “amar o próximo como a si mesmo”.<strong> <span style="color:#ff0000;">Impossível existir algo que seja para o teu bem e que também não seja para o bem do teu próximo</span></strong>. Pode acontecer que o “bem” resultante de uma atitude seja diferente, mas sem dúvida será para o bem de ambos. Citarei um exemplo básico: um pai levando seu filho para tomar vacina, ele sabe que a criança vai chorar, espernear e sofrer, mas levado pelo amor que tem por ela, ele vai em frente, como conseqüência consegue aprender a lidar melhor com as dores do filho (algo que a vida trará inexoravelmente) e a criança ganha a imunidade esperada. Dentro da mesma linha, pais que dão de tudo para seus filhos, não passam conceitos de esforço e disciplina e evitam eles passarem pelas conseqüências de seus atos, dizem que agem assim por amor, mas não há nenhum amor nessas atitudes, na verdade há um grande egoísmo. São movidos pelo fato de não querer ter maiores problemas negando as coisas e assim rapidamente acabar com o incômodo, ou pelo fato de sentirem-se mal com as crianças berrando ou sofrendo por não terem o que desejam e acabam cedendo para terminar com o sentimento ruim que eles (pais) têm vendo o “sofrimento” dos filhos. Mas, que pai gosta de ver o filho sofrer? Nenhum. Mas o pai que pratica o amor sabe que o filho <strong>precisa</strong> passar por momentos ruins, seja para receber uma vacina ou para sofrer a conseqüência de uma atitude errada. O pai egoísta tenta evitar que ele passe por isso, o pai amoroso passa com ele por esse momento, sofre com ele, é para isso que são os pais afinal..... Praticar o amor (amar) é isso aí, agir pensando sempre no bem, no longo prazo como mais importante que o curto prazo e isso funciona assim a qualquer nível de relacionamento com o seu próximo seja namoro, amizade, trabalho, etc.<br /><br />Como conclusão você verá que amar o próximo como a si mesmo não tem nada de religioso, é na verdade uma regra de vida que, se usada da maneira correta, trará frutos positivos para você e os que você ama. O estranho é saber que conhecemos essa frase há mais de dois mil anos e até agora as pessoas continuam pensando nos prazeres imediatos em detrimento das ações construtivas e amorosas, pior ainda, vemos o mundo andando em direção ao culto do egoísmo, do egocentrismo. Médicos da mente dizendo que o homem moderno não sabe amar e insinuando que está tudo bem com isso. Difunde-se que o que é natural é correto por si só. O egoísmo é um sentimento natural ao ser humano, mas não é por isso que devemos cultivá-lo e achar que está tudo bem com ele. Deus (ou a evolução, se você acredita nisso) não nos fez perfeitos, se assim fôssemos seríamos deuses, e não somos. <strong>Os nossos defeitos naturais nos dão a chance de crescer</strong>, de melhorar. <strong>Acreditar que eles estão corretos pelo fato de serem naturais nos tira a chance de sermos pessoas melhores</strong>. Amar o próximo como a si mesmo é uma ótima oportunidade de colocarmos as nossas deficiências naturais a prova e melhorarmos como indivíduos, se o mundo não vem junto com a gente, problema do mundo! Mais importante que o mundo todo é o SEU mundo.<br /><br />Com amor.<br /><br /><em>Apolo.</em>APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-15586018278431714152010-06-04T19:58:00.002-03:002010-06-08T00:21:54.111-03:00Mulheres<em>A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte</em>. – Oscar Wilde<br /><br /><em>Um homem só encontrará a mulher ideal quando ao olhar-lhe o rosto enxergar um anjo, e tendo-a nos braços sentir as tentações que só os demônios provocam.</em> – Pablo Picasso<br /><br /><em>Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma mulher, mas vê-los tentar é comovente. Alguns mandam flores, reservam quarto em hoteizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas, convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados, corajosos, batalhadores. Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é.<br />Perdoem esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o suficiente.</em> -Martha Medeiros<br /><br /><em>Não sou, nem devo ser a MULHER-MARAVILHA, apenas uma pessoa vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa... uma mulher.</em> – Lia Luff<br /><br /> Sempre fui contra generalizações e “regras comportamentais”, próprias de quem acredita que o ser humano cabe numa dessas simplificações. Com o tempo aprendi que tão errado quanto achar que o mundo inteiro segue padrões é acreditar que não existe padrão nenhum e que tudo apresenta comportamento aleatório e randômico. A repetição de certos quadros nos permite criar cenários de expectativas com relação a relacionamentos e interações sociais. Através do exercício da observação e avaliação podemos criar quadros de referência para usá-los da maneira que melhor nos convier. Aceitar quadros de referências já prontos, celeremente e sem análise é “pré-conceito”; adotar estas referências após observação e validação pessoal é “criar conceitos”. Como decorrência disto, aprendi que, nós homens somos lineares, cartesianos, lógicos e que o nosso exercício de “sensibilidade” consiste em encontrar novas funções lineares, novas lógicas, novas fórmulas. A nossa masculinidade reforça-se neste processo, já mulheres não precisam disso para serem femininas, elas são simplesmente mulheres e sem seguir esse padrão, que para nós é tão lógico, tão verdadeiro, elas conseguem deixar-nos maravilhados, embasbacados, inertes e reféns dessa deliciosa incoerência.<br /><br /> Descobri que nunca conseguirei entender plenamente as mulheres, mas descobri também que não preciso deste entendimento para poder desfrutar de todos os benefícios que o convívio com o sexo feminino nos traz. Mulheres nunca serão sinônimo de rotina e mesmice, a variedade de nuances que elas conseguem dar a uma única situação, por mais repetitiva que nos pareça, é impressionante. Acompanhar o raciocínio feminino é uma verdadeira ginástica mental para nossos limitados cérebros, ela pode estar falando do orçamento doméstico e na frase seguinte já estar se referindo ao colega de trabalho. Não entender que ela já mudou de assunto somente mostrará como você (homem) é limitado e não acompanha a rapidez temática dela. Se você ao cumprimentar mais uma vez a vizinha do apartamento ao lado não reparou que a sua companheira ficou chateada, porque a vizinha “olhou diferente” para você, então você será um panaca ou um dissimulado e não adianta jurar de pés juntos que você não notou nada de anormal, quanto mais tentar se justificar mais errado você estará. O nosso raciocínio linear nunca entenderá porque a nossa parceira fica chateada quando respondemos “azul” à pergunta, “qual vestido você acha que devo comprar, vermelho ou azul?”, o que ela queria era que você respondesse “vermelho” já que ela acha que fica melhor nessa cor e ao responder “errado” você demonstrou que não a conhece e que não tem a sensibilidade suficiente para lidar com as expectativas dela. E neste último caso não adianta dar uma de esperto e dizer “você quer saber a minha opinião ou quer que eu responda para concordar com você?”, tentativa suicida de sair-se bem dessa situação, certamente ela ficará mais chateada ainda e sairá com uma frase do tipo “você não me ajuda em nada, é um grosso!”<br /><br /> Viver tentando acertar a nossa lógica com a lógica delas é ter uma vida sempre renovada, sem marasmos e ainda com a vantagem de ter ao nosso lado um ser doce, meigo e ingênuo, que ao mesmo tempo pode ser incisivo, determinado e astuto ao extremo. Isso sem contar com a beleza e sensualidade que uma mulher pode ter, independente da silhueta ou dos quilos a mais, que elas sempre acham que tem. Um simples toque combinado com um olhar feminino pode ser uma combinação de ternura e sensualidade selvagem capaz de fazer explodir em nós desejos que vão da simples admiração a mais fogosa das volúpias.<br /><br /> O quadro de referência que as minhas experiências formaram está desenhado nesses pequenos relatos (todos verdadeiros), o compartilho na expectativa de ajudar homens que ainda acreditam que poderão enquadrar o comportamento feminino na nossa lógica e entram em litígios diários por isso. Mulher não é para ser enquadrada no nosso raciocínio, mulher é para ser amada, cuidada e desfrutada, a incoerência mais perfeita que Deus conseguiu fazer.<br /><br /><em>APOLO</em>APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-31685905501809595142010-03-18T13:37:00.000-03:002010-03-18T13:39:58.700-03:00"<em>Dizem que há religiões suficientes no mundo para os homens se odiarem uns aos outros, mas não para que se amem</em>". - Louis Cyphre – personagem do filme “Coração Satânico” interpretado por Robert de Niro.<br /><br /> Todos nós temos uma religião, mesmo aqueles que se declaram “ateus” têm. O conceito mais aceito para a palavra religião vem de “re-ligar”. Religar o homem a Deus, ou num conceito mais abrangente, é tudo aquilo que a fé ou a (fé na) lógica coloca para explicar o que comprovadamente não tem explicação. Talvez você não pertença a nenhuma religião organizada, com clero, doutrina formal, etc. Mas certamente existe dentro de você um quadro mental que explica o porquê das coisas mais transcendentais do universo. Religião é um assunto tão antigo que, qualquer que seja a sua posição, ela já terá sido seguida por alguém no passado. Você não tem nada de novo a respeito, por mais moderninho ou “cabeça” que possa se acreditar.<br /><br /> Numa discussão religiosa clássica os oponentes estão geralmente guiados pelo pensamento “eu tenho mais razão do que você” e travam uma briga de egos e vaidades tendo como desculpa argumentações doutrinárias. Consigo imaginar pouquíssimas coisas mais inúteis e chatas para fazer e assistir. Não devemos confundir discussão religiosa com proselitismo religioso, que vem a ser o empenho sincero dos seguidores de uma religião em divulgar a sua mensagem, neste caso o argumento é “se é bom para mim, vai ser bom para você também”. Acho que deu para entender a diferença entre ambos. Existe uma linha tênue que separa a discussão de uma divulgação de doutrina, mas é fácil de ser percebida, se a pessoa que é receptora não está interessada na mensagem o que se tem a fazer é deixá-la em paz. Não resisto em transcrever aqui o que ouvi de um religioso “Se falo pouco e com clareza é porque consegui passar as palavras de Deus, se começo a falar mais um pouco é porque sou eu achando que as palavras de Deus não foram suficientes, e se me estendo mais ainda, aí é o diabo querendo atrapalhar toda a mensagem de Deus”.<br /><br /> Quando lemos sobre os recentes massacres na Nigéria, muçulmanos matando Cristãos em retaliação às mortes de Muçulmanos pelos Cristãos deduzimos com facilidade que as religiões não conseguiram resolver o problema de paz e harmonia no mundo. Seguindo a linha de raciocínio, podemos dizer que religiões não têm utilidade nenhuma. Como toda conclusão rápida, esta também é incompleta e tendenciosa. Primeiro: a disputa entre Muçulmanos e Cristãos é uma disputa religiosa ou uma disputa econômica (assim como outras por aí)? Segundo: quem disse que as religiões vieram para resolver os problemas da humanidade?<br /><br /> Você já deve ter ouvido falar que toda guerra tem uma motivação econômica, em grande parte isso é verdade. Em alguns casos a motivação exacerbada pelo poder (vaidade ao nível de psicopatia) é também a origem. A história é mestre em dar nomes bonitos para ocultar os verdadeiros motivos: Guerra da Independência, Guerra Santa, Guerra das Laranjas, Guerra do Futebol (acredite, aconteceu entre El Salvador e Honduras nas eliminatórias da Copa de 70), Guerras Étnicas, etc. Todas elas detonadas por motivos geoeconômicos. Na Nigéria essa disputa “religiosa” é, na verdade, tribal, territorial mesmo. Luta entre fazendeiros que historicamente reivindicam a hegemonia pelo mesmo pedaço de terra. As guerras de Hitler, Alexandre o Grande, Napoleão Bonaparte, etc. foram guerras motivadas pelo poder.<br /><br /> A religião, igual a qualquer outra manifestação cultural humana, não foi feita com o objetivo de resolver todos os problemas da humanidade. Religião serve para explicar o que não tem comprovação, ponto. Nós seres humanos PRECISAMOS de explicação principalmente porque criamos expectativas a respeito do futuro. Temos a necessidade de saber como funcionam as coisas, pois acreditamos que precisaremos desse conhecimento, ou porque precisamos criar um quadro sobre conseqüências futuras de nossos atos. Da mesma forma, quando não vêem a explicação no futuro, algumas religiões se encarregam de colocá-la no passado (carma, maldição, etc.). Legal, religião então é explicação do não comprovado. Entretanto visto somente desta forma, simples e direta, ignoramos um fato que é o que junta milhões de fiéis sob uma mesma denominação: Experiência (de experimentar) espiritual. Sem esta experiência todo conhecimento religioso vira mera religiosidade, sem atingir o objetivo da religião (re-ligar, lembra?). Não tem Padre, Pastor, Mulá, Imã, Rabino, Guia, etc. que possa ter esta experiência por você. Trata-se de um fenômeno pessoal e intransferível. Já vi muitos ateus (os que acreditam que não acreditam) passarem por experiências espirituais transformadoras. Ter todo um arcabouço doutrinário sem passar por vivência espiritual equivale a ter um Porsche na garagem e não andar nele nunca. Religião não é só para explicar, é para ser vivida. Seja ela qual for. De outra forma você vai dizer que tem uma religião (e com certeza você tem), mas e daí?<br /><br />APOLO.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-48029205709444120912010-01-27T23:26:00.007-02:002010-03-18T13:29:37.525-03:00Pare O Mundo Que Quero Descer.... (Silvio Brito)<em>Oh! Oh! Oh! Seu Moço!<br />Do disco voador<br />Me leve com você<br />Pra onde você for<br />Oh! Oh! Oh! Seu Moço!<br />Mas não me deixe aqui<br />Enquanto eu sei que tem<br />Tanta estrela por ai...</em> - Disco voador - (<em>Raul Seixas</em>)<br /><br />Recebi por e-mail a trasncrição de entrevista dada a um semanário por um famoso psiquiatra, li e confesso que a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi o título desta postagem. Uma única frase nos dá o tom da entrevista: “<em>As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados</em>”. Quando vejo uma afirmação dessas eu não posso deixar de lembrar do livro “Freakonomics”, do economista Steven Levitt, um especialista em apontar bobagens de “especialistas” como o nosso psiquiatra entrevistado. Preste bastante atenção na frase do doutor “<em>com base nos atendimentos</em>...” depois ele conclui que somente 5% dos casamentos são felizes. A lógica usada por ele seria a mesma de um bombeiro ao dizer que “com base nos atendimentos que ele faz 95% das casas pegam fogo”. Será que ele não reparou que as pessoas que o procuram são as que JÁ têm problemas e querer concluir com base nesse universo é uma generalização que não suporta qualquer rigor científico? Só por ai da para perceber que as “conclusões” deste médico são, digamos, um pouco “tendenciosas”. Querem ver? Continuemos. “<em>Quase todos os casamentos hoje são assim.... O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro... De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto</em>.” Resumindo, para um casamento dar certo ou você entra num relacionamento sado masoquista ou está fadado ao fracasso.<br /><br />Casamento, namoro, relacionamento entre duas pessoas opostas é “junção de neuroses” explicou-me uma amiga psicóloga e certamente você conhece alguns casais assim, mas isto não quer dizer que a grande maioria dos relacionamentos seja dessa forma. Seria ingênuo desconhecer o grande número de separações que poderiam ser evitadas se as pessoas tivessem noção prévia do que esperar de um casamento. Casar não é um objetivo de vida, viver casado sim. Pessoas normais procuram “complementos" não “opostos”. Veja assim, um pé direito é bem parecido com o pé esquerdo de um par de sapatos, mas eles não são exatamente iguais. Pessoas maduras querem achar o seu par, não o seu oponente.<br /><br />O nosso “especialista” vomita uma série de conselhos para os jovens: “<em>É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados... Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade</em>” Qualquer pessoa um pouco mais esclarecida sabe que argumentações com palavras como “todos”, “nenhum”, “sempre” ou “nunca” são generalizações de quem quer forçar a aceitação de uma linha de pensamento. Quem disse que ser romântico é querer passar TODOS os momentos livres juntos? Romântico é sentir-se feliz quando você passa momentos juntos, quando isso vai ser, depende das circunstâncias de vida de cada casal. Procuram-se esses momentos e quando não dá, paciência, saboreiam-se os momentos que já têm se passado junto e sonha-se, com um sorriso nos lábios, os momentos que ainda irão passar juntos. Quer coisa mais romântica do que essa? Claro que se uma das partes não faz a menor questão de que estes momentos aconteçam criando outros “compromissos” com assiduidade, alguma coisa está errada. O mais provável é que o casal já tenha deixado de ser um casal há algum tempo, o problema não é de preservação de individualidade e sim de não querer cultivar a vida a dois, que a princípio deveria ser uma das motivações de duas pessoas que curtem ficarem juntas, independente das circunstâncias.<br /><br />Mas isto tudo é só a minha opinião, a minha maneira de ver e de tentar viver a minha vida, eu não sou “especialista”, portanto corro o sério risco de estar errado e o psiquiatra entrevistado estar certo. Se isto for verdade, então, volte ao título desta postagem.<br /><br />APOLO.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-91299234193133508322009-12-28T15:24:00.007-02:002009-12-29T10:47:42.273-02:00Velhos Homens, Anos Novos<em>Este ano não vai ser,<br />Igual àquele que passou,<br />Eu não brinquei,<br />Você também não brincou,<br />Aquela fantasia,<br />Que eu comprei ficou guardada,<br />E a sua também, ficou pendurada<br /><br />Mas este ano está combinado,<br />Nós vamos brincar separados</em>. – ( Até 4ª feira – Marchinha de Carnaval)<br /><br /><br />A sensação que temos no dia 1º de janeiro de todo ano é a de estarmos recomeçando um novo ciclo, isto não está do todo errado, muitas coisas na nossa vida têm período anual: escola, estações do ano, férias, idade, campeonatos de futebol, etc. etc. Da mesma forma sabemos que tempo é mera referência, os dias seguirão passando um atrás do outro independente da nossa métrica, e mesmo que você acredite que tudo acabará em 2012,os dias continuarão seguindo a sua seqüência soberana após esse escatológico evento.<br /><br />Aproveitamos o fim do ano para renovar promessas, avaliar situações e até fazermos resoluções. A não ser que você seja uma pessoa extremamente metódica e disciplinada as suas resoluções não durarão. Tudo o que você decidiu na última virada de ano está ai de testemunha. Mas gostamos de nos enganar, adoramos essa brincadeira de fingir-nos de decididos, resolvidos, confiantes e, sobretudo de que com essa atitude iremos conseguir as mudanças propostas.<br /><br />O mais interessante em fazermos uma lista de resoluções de ano novo está no fato de acreditarmos que as nossas atitudes precisam de data marcada. Primeiro sinal característico de decisões que não terão continuidade. Dietas que começam na 2ª feira dificilmente chegam na 6ª feira da mesma semana. O que procuramos com essa mecânica é a sensação de efetivamente estarmos sendo pró-ativos quando na realidade não fazemos nada de diferente. <strong>Decisões sem ações não são decisões são ESPECULAÇÕES</strong>.<br /><br />Todos nós temos uma lista de coisas para mudar, sejam coisas simples como arrumar a bagunça do armário ou mais complexas como acabar um relacionamento ou mudar de emprego. Confortamo-nos ao pensar que estando conscientes dessas mudanças já damos um grande passo. O prazer que este conforto nos dá é semelhante ao prazer que as drogas oferecem, são reais, passageiros e podem viciar, fazendo com que nos acomodemos na “decisão” tomada e nunca passemos a agir diferente. Essa ilusão é tão forte que oculta uma <strong>decisão efetivamente tomada por nós</strong>: a de continuarmos com o “velho”. A cada dia que as mudanças não acontecem estamos decidindo (e agindo) dando seguimento àquilo que nós dizemos que iríamos mudar. Estamos decidindo <strong>NÃO MUDAR</strong>, mas nos enganamos dizendo que já decidimos mudar. Nós somos engraçados, não?<br /><br />Criamos as mais variadas desculpas para justificar por que ainda não mudamos efetivamente. Quanto mais inteligentes formos, mais estruturadas e <strong>verdadeiras</strong> serão as nossas desculpas, mas nunca passarão de meras desculpas. Entretanto há situações em que, efetivamente, se faz necessário esperar para iniciar uma mudança. Entenda esperar como “gestar”, essa é a melhor maneira de não colocar a espera como escudo. Durante a espera alguma coisa <strong>tem</strong> que estar acontecendo, fatos novos <strong>têm</strong> que ser gerados, se não há nada de novo que sirva como variável de decisão a ser acrescentado, então a sua espera é mera desculpa para a sua omissão, sua covardia de mudar, seu medo, esses sim verdadeiros propulsores da <strong>sua decisão </strong>de continuar com o antigo, e por mais que você apregoe que está esperando algo acontecer, a decisão que vem sendo tomada não é a de esperar e sim a de <strong>reforçar o que você já vem fazendo</strong>, independente de data, situação, temperatura, pressão, etc.<br /><br />A nossa capacidade de mudar está intimamente ligada com a nossa capacidade de continuarmos jovens, independente da idade. Canso de ver velhos com menos de 20 e jovens com mais de 60. Claro que não precisamos mudar tudo a toda hora, mas todos nós sabemos o que precisamos mudar, cada um com o seu cada um, como diria um amigo meu. É a renovação que faz de nós jovens, pessoas novas passando pelos anos novos a cada 12 meses, do contrário seremos pessoas velhas nos anos novos.<br /><br />APOLO.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-4463749773853627832009-12-07T18:50:00.004-02:002009-12-07T18:58:00.852-02:00O Poder das Marolinhas, Ondas e Tsunamis“<em>Peguei uma onda maneira. Dei "cutback", "hang five, "hang ten" Eu sou melhor surfista da minha rua..</em>.” (Pop Star – de João Penca e Seus Miquinhos Amestrados)<br /><br />Em abril de 1967 um professor americano realizou uma experiência com seus alunos do 2º ano do High School (Ensino Médio no Brasil). Com o pretexto de melhorar a produtividade e o aprendizado ele combinou com os alunos que fortaleceriam 4 conceitos: Disciplina, Corporativismo, Atitude e Orgulho. Estabeleceram-se metas e formas de tratamento que privilegiassem esses pontos, coisas como sentar-se eretos, não conversar em sala de aula, dirigir-se ao professor começando com “Senhor...” também foram criadas saudação e logo-marca próprias, que prontamente os alunos passaram a usar com orgulho. O desempenho da turma efetivamente melhorou e em poucos dias boa parte da escola estava envolvida na “<em>Terceira Onda</em>”, nome dado a esta experiência. Os que não queriam fazer parte do movimento passaram a ser hostilizados e vistos como “fracos”. Ao perceber que as coisas estavam saindo do controle o professor convocou todos os alunos dizendo que a “<em>Terceira Onda</em>” era na realidade um movimento nacional e que seria apresentado, pela televisão, o candidato presidencial do “Partido”. Os alunos foram em peso à apresentação trajando os uniformes e símbolos do movimento. A grande surpresa foi ver o professor apresentar um filme sobre o nazismo dizendo que o que ocorrera na escola respondia a pergunta sobre como os alemães permitiram as atrocidades de Hitler, sendo elas tão obviamente erradas. A experiência começou numa 2ª feira e acabou na 6ª feira da mesma semana e já foi tema de filmes e de diversos estudos.<br /><br /> Vendo assim, de fora, tendo a história toda contada, não lhe parece óbvio que o que estava acontecendo era nitidamente errado? Não passa pela sua cabeça: Mas como é que eles caíram nesse jogo? Alguma coisa está levando você a pensar que certamente, nos tempos atuais, isso não aconteceria; ou então que isso é “coisa de americano!”. Se algum destes pensamentos passou pela sua cabeça você acaba de se colocar na turma de alunos cujos questionamentos motivaram a experiência toda.... Ops! Mas foram estes alunos os mesmos protagonistas da “Terceira Onda”...<br /><br /> Uma das mais instigantes características da nossa humanidade é que somos seres individualistas que funcionamos coletivamente. Freud já falou muito sobre “Psicologia individual” e “Psicologia Social” e como essa não é a minha área não darei “pitaco”. Somente gostaria de atentar para o fato de que as “ondas”, para existirem, precisam de informação sendo disseminada, opiniões sendo espalhadas e validadas por outros que vão criando volume e direção a medida que se auto-alimentam. Quanto mais a informação lhe for acessível, mais provável será que você encontre uma onda para surfar.<br /><br /> Facilidade, estar na moda, sentir-se atualizado, não sabemos ao certo qual é motivo que nos leva a surfarmos rapidamente nas ondas que se apresentam. Um fato é paradoxal, perdemos um pouco de personalidade ao surfarmos na onda coletiva e ao mesmo tempo sentimos que estamos reafirmando o nosso caráter ou a nossa personalidade quando marcarmos como nossos os argumentos que já se encontram por aí. Acreditamos que reafirmamos a nossa individualidade aderindo a um fenômeno coletivo. Engraçado, não?<br /><br /> A graça acaba quando vemos que multidões, cidades e países inteiros podem perder o senso crítico ao executar o movimento de adesão. O que aconteceu na escola americana, e em maior escala na Alemanha, continua acontecendo aqui mesmo, agora mesmo. Tal vez as conseqüências sejam menos graves, mas as características da formação do fenômeno são exatamente as mesmas. A paranóia da gripe suína fez com que escolas adiassem aulas, aparelhos de ar condicionado fossem desligados, máscaras cirúrgicas se esgotassem, viagens canceladas, etc. Um verdadeiro tsunami que se iniciou com um fundo de verdade e contando com as boas intenções dos participantes (exatamente como começou a Terceira Onda), mas que não correspondia a verdadeira dimensão da realidade. A epidemia de dengue certamente atingiu mais conhecidos seus do que a apocalíptica gripe AHN1. Pelo menos uma dezena de doenças assola o mundo todos os anos com números maiores que os atingidos por essa gripe. Se fosse o Lula diria que “a tsunami virou marolinha”, rsrs. Recentemente a opinião pública mais uma vez condenou unanimemente a faculdade que “<em>esculachou</em>” a mocinha de mini vestido. Jornais, revistas, blogs, telejornais, programas de entrevistas, etc. etc. Todos saíram em defesa da “injustiçada”. Quem teria coragem de defender o indefensável e tentar argumentar contra a onda que se formou? De nada adiantou outros personagens que estavam lá, no momento do ocorrido, narrarem que a história estava contada pela metade, de nada adiantou perceber que “a vítima” estava mais preocupada em não permitir que seus 15 minutos de fama acabassem. Mais uma vez havia um fundo de verdade, a atitude daquelas pessoas não fora correta, mas embora não justifique a grosseria dos alunos, a atitude provocativa e acintosa da “vitima” também não foi prudente e recatada. O linchamento moral que ocorreu fez com que milhares de estudantes passassem a ter uma mancha no currículo, independente da qualidade acadêmica da instituição, ser da Uniban passou a ser similar a carregar a estrela de Davi na Alemanha Nazista. Já sei, balançou a cabeça e pensou: “Exagero!”.... Acertei? Você não está só, a Igreja Católica também pensou que “não era bem assim” o que acontecia com os Judeus naquela época. Se ela levou mais de 50 anos para reconhecer a sua miopia tal vez você não precise desse tempo todo. Chocante, não? Mas a idéia é essa mesma. Inevitavelmente iremos continuar surfando em ondas, e a cada dia com maior freqüência, e já que é inevitável façamos igual a surfista profissional, escolhamos bem as ondas que iremos pegar. Pare, pense, olhe, questione e escolha, só isso!<br /><br />Apolo.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-1215794055468216712009-11-11T18:21:00.007-02:002009-11-11T19:08:24.042-02:00Jogando Dados com Deus – Sobre a Sorte, o Destino e Afins"<em>Considerando que o tempo é uma variável física então ele pode ser previsto através de sofisticadas equações, e se ele pode ser previsto, então não tem nada que possamos fazer para mudá-lo</em>”. Este raciocínio fundamentou um ramo da Física chamado de Determinismo Científico. Um dos seus simpatizantes era Albert Einstein que, num rompante, ao ver mais uma tese fracassar tentando provar “<em>as verdades</em>” dessa ciência, exclamou a sua célebre frase “<em>Deus não joga dados!</em>”<br /><br /> Os defensores do Determinismo mantêm a esperança de que as “<em>variáveis escondidas</em>”, necessárias para provar que estão certos, ainda serão descobertas. Antes que esta esperança se espalhe por aí, cabe lembrar que a Física Quântica já se encarregou de jogar para a obsolescência as teorias do Determinismo Científico.<br /><br /> Sendo verdade que o futuro nunca poderá ser previsto matematicamente, então podemos dizer que o universo funciona aleatoriamente? Obviamente que não. Existem Leis que regem tanto a natureza física quanto a natureza espiritual. As de natureza física são mais facilmente comprovadas e tem toda uma ciência para isto. As de natureza espiritual são temas das doutrinas religiosas ou das “<em>filosofias de v</em>ida”, que é o outro nome que os não-religiosos dão às suas religiões. Nós humanos navegamos no meio destes dois mundos, o físico e o espiritual, por esta razão estamos sujeitos às leis destes dois universos. Desta ululante afirmação podemos deduzir como é sem-sentido levar uma vida dedicada somente a uma das naturezas pelas quais transitamos. A resultante dessas leis é a nossa realidade concreta, e depende da interação do físico com o espiritual, num verdadeiro caleidoscópio que se movimenta criando novas realidades a cada pequena mexida. Se não podemos ter certeza absoluta do resultado final com total previsibilidade, como agirmos então neste jogo da vida que é o nosso dia-a-dia?<br /><br /> Já que Einstein estava errado e que efetivamente Deus joga dados (desculpem-me os religiosos, misturar Deus com jogatina parece uma heresia, mas entendam como tendo o significado de que, não existe determinismo no nosso mundo), então uma resposta para a pergunta acima seria: “Vamos jogar dados com Deus, então!”.<br /><br />Comecemos o jogo: Temos dois dados (não viciados, claro!), as combinações possíveis são:<br /><br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_wJWv7VnoCYk/SvsnZKgIfdI/AAAAAAAAB8U/vRHcz0xMEHM/s1600-h/tabela.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 213px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_wJWv7VnoCYk/SvsnZKgIfdI/AAAAAAAAB8U/vRHcz0xMEHM/s400/tabela.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402955491230383570" /></a><br /><br /><br /> Não sabemos com certeza que combinação sairá ao jogarmos os dados, mas podemos saber que as combinações mais prováveis serão as de soma 6, 7 e 8. Se tivermos que nos posicionar sobre que soma esperar, logicamente o faremos num destes três números. Isso não quer dizer que o resultado não possa ser soma 2 ou soma 12, isto será absolutamente possível e dentro das probabilidades.<br /><br /> A metáfora aqui é que na vida é exatamente igual. Nunca teremos certeza absoluta sobre o quê e quando algo irá acontecer, mas podemos avaliar e nos posicionar dentro do que é mais provável de acontecer. O nosso campo de probabilidades depende da nossa preparação, do nosso esforço, do nosso cuidado, tanto físico quanto espiritual. Este é o grande poder que nos foi dado, o de podermos CRIAR o nosso próprio espectro de maiores possibilidades. Sempre lembrando que, igual aos dados, o resultado das combinações não está só em nossas mãos. No caso dos dados o resultado não depende somente da força com que se lançam as peças, depende também da dureza da superfície e do próprio material com que os dados são feitos. Assim como a força com que você faz o lançamento vai depender do seu estado emocional, que pode ter sido afetado interagindo com outras pessoas, ou do suor da sua mão que pode depender da temperatura do ambiente e ainda das vezes que você chacoalhou os dados. Mesmo que você consiga controlar todas as variáveis aqui enumeradas o resultado ainda será dentro de um faixa esperada de números.<br /><br /> Na dinâmica das nossas vidas estamos o tempo todo criando cenários de possibilidades pelos nossos atos, decisões e interações com os outros seres e fatores, tanto físicos como espirituais. Estamos constantemente vendo o resultado das interações e combinações que foram feitas no passado junto com as que são feitas no presente e que ora se consolidam para formar a nossa realidade concreta.<br /><br /> O fato de nos posicionarmos esperando um 6, 7 ou 8 e obtermos um 2 não quer dizer que estávamos pré-destinados a esse número, o nosso “destino” era de 2 a 12, sendo 6,7 ou 8 os resultados mais prováveis. Igual ao jogo de dados, obter outro número não significa que “forças ocultas” conspiraram contra você. Pode significar, talvez, que você sem perceber construiu outro cenário de maiores possibilidades, o qual a sua miopia nega-se a enxergar, ou simplesmente que esse outro resultado fazia parte dos também prováveis no jogo da sua vida. Creditar ao destino o PORQUÊ de ter obtido outro resultado equivale a esperar as “variáveis ocultas” que os ultrapassados físicos deterministas esperam em vão descobrir. O nosso poder criador não permite que o destino exista. O processo de criação implica dizer que TEM que ser novo, original, gerado, imaginado, etc. Esta é a grande dádiva recebida, e ao afirmar que ela não existe negamos a grandeza do nosso criador. Criamos de forma física, através de atos, decisões, fatos e da interação com o mundo que vivemos; criamos de forma espiritual, através de orações, lutas espirituais e interações com o Ser Superior e todo o seu Reino, a resultante é exatamente onde você está agora.<br /><br /> Tiger Woods, o golfista que é atualmente o esportista mais bem pago do mundo, uma vez foi perguntado se ele acreditava que o seu sucesso era decorrente de sorte ou de treino. Ele respondeu, “É sorte, e quanto mais eu treino mais sorte eu tenho”. Entendeu?<br /><br />APOLO.<br /><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote>APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-6329559524498948192009-10-24T17:29:00.001-02:002009-10-24T17:34:37.769-02:00Unificando As Nossas Dualidades<em>The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde</em> é uma novela clássica de terror, escrita ao fim do século XIX, que alcançou incrível sucesso ao ser lançada. Acredito que o grande mérito do autor (Robert Stevenson) foi o de colocar herói e vilão na mesma personagem, até então as histórias tinham heróis e vilões separados. Mesmo com a coragem do ineditismo esta dualidade foi tratada seguindo uma tranqüilizante abordagem de aberração, algo que se encontrava patologicamente dentro de uma mesma pessoa, mas que não deveria estar assim. Recentemente o cinema nos trouxe uma história similar: “O curioso caso de Benjamin Button”, desta vez juventude e velhice eram os antagônicos que habitavam o mesmo corpo. Para o nosso “conforto” mais uma vez tratada como bizarrice, o castigo do personagem foi não poder viver o grande amor da vida dele.<br /><br /> Que precisamos de arquétipos já foi bastante explicado pela psicanálise, a minha reflexão não vai ser sobre a existência deles, nem sobre como nós humanos precisamos de referenciais e rótulos para nos sentir confortáveis e seguros tanto socialmente como emocionalmente. Sinto-me compelido a divagar sobre o turbilhão de sentimentos, medos, inseguranças, condenações e outras coisas mais que nos invadem quando descobrimos, sem negativas infantis, de que tanto o Jekyll como o Mr. Hyde podem estar habitando dentro do nosso ser. Tá bom, isto é um exagero, não somos todos homicidas potenciais, mas carregamos nos nossos interiores sentimentos bons e sentimentos ruins e por razões de auto defesa dizemos que essas coisas ruins são provocadas por situações exteriores a nós, as tratamos como reações e nos negamos a aceitar que esse lado ruim também faz parte do nosso ser. Erro enorme que não nos permite lidar com este fator da nossa humanidade. Basta ver como para a mesma situação uma outra pessoa reagiria diferente, a nossa resposta é ditada pela nossa personalidade, pela nossa índole e não pela situação em si. Resumindo, nós temos atitudes ruins, egoístas, desonestas, traiçoeiras, vulgares, violentas, etc. porque parte da nossa pessoa é assim e não por culpa da situação ou de terceiros.<br /><br />O primeiro passo para lidar com isto é reconhecer que não existem duas pessoas numa só. Esse lado que a gente não gosta é nosso mesmo e igual a um alcoólatra que não bebe temos que afirmar que essa característica faz parte da nossa personalidade. Estarmos cientes da nossa condição nos deixa alerta para quando a oportunidade de agir negativamente surgir, o fato de não vermos o nosso comportamento como reação e sim como opção joga a responsabilidade nos nossos ombros e nos permite pensar um pouco mais antes de (re)agir.<br /><br /> A boa notícia é que embora tenhamos várias dualidades dentro de nós não precisamos ter uma visão maniqueísta sobre elas. Certamente aquelas que nos fazem mal ou que não nos trazem uma boa convivência com os nossos parceiros, amigos, namorados, cônjuges, etc. devem ser tratadas como vícios e encaradas como desafios a serem vencidos. Existem outras que devem ser desfrutadas, e claro, no seu devido lugar e ao seu devido tempo. O coitado do Benjamin Button não deveria ser visto como uma aberração. Se a idade cronológica vai aumentando e você continua tendo sonhos, vontade de realizar coisas diferentes, pré disposto a mudanças, apaixonado pela vida e pelo sexo oposto, com muito mais disposição que muito garotão (ou garotinha) por ai, por que condenar-se ou deixar- se abalar por comentários sobre fazer coisas que não estão “de acordo com a sua idade”? (aliás, este comentário sim é coisa de idoso), a sua juventude está ai, presente na sua dualidade unificada e somente vai acabar quando você achar que deve (e se algum dia deverá). Outra dualidade deliciosa que deve ser cultivada e não administrada é a que percebi numa pessoa que tive a chance de conhecer um dia. Falar com ela era como ter aberto contato direto com o povo dos anjos, doce, meiga, cândida, olhava nos meus olhos com sinceridade e ao mesmo tempo com uma timidez corajosa, ao seu tempo esses conceitos todos caíram um por um e uma mulher sensual e completa foi surgindo, bom, vocês entenderam, não vou relatar mais porque o objetivo não é esse, mas torço para que ela não perca essa dualidade nunca!<br /><br /> Encontrar quais são as dualidades que você deve “tratar” e quais são as que você deve cultivar e se orgulhar é um gostoso exercício que talvez fique como resíduo desta leitura. O meu já começou e garanto que estou me divertindo muito. Divirta-se você também. Fica aí o convite.<br /><br />APOLOAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-85000257779210701852009-10-07T22:44:00.006-03:002009-10-08T06:51:11.214-03:00Os perigos da unanimidadeAo contrário da polêmica Lei da Evolução das Espécies existe uma Lei de Evolução das Sociedades que pode ser claramente constatada tanto pela história como pela nossa simples observação empírica da realidade. Conquistas sociais como o fim da escravidão, dos preconceitos raciais (pelo menos institucionalizados), a valorização dos direitos das minorias, etc. são evidentes provas disso. Ser contrário um destes avanços implicaria em imediatamente ser chamado de “retrógrado” ou até de “incivilizado”. Temos ai a conceituação do que seria uma unanimidade incontestável.<br /><br /> Movidos por uma estranha mecânica, que certamente a moderna neurociência explica, procuramos unanimidades incontestáveis como referências de conforto no nosso dia a dia, neste processo cometemos erros individuais e, muitas vezes, erros coletivos. Novamente a história se encarrega de nos trazer exemplos: A sustentação do Nazismo na Alemanha, a crucificação de Jesus clamada pelo povo judeu, a revolução cultural chinesa na época de Mao, etc. Nessas ocasiões as multidões convenceram-se de que algo era uma unanimidade incontestável e por esse motivo lançaram mão de meios que posteriormente a história condenou. A forma mais evidente de constatarmos se uma unanimidade está andando para virar um erro coletivo é vermos se na prática dessa “verdade” há processos que ferem a legislação vigente ou se está havendo uma complacência da sociedade com abusos autoritários com o objetivo de cumprir o que nos parece unanimidade. Atualmente a sociedade brasileira assiste a um desses fenômenos. Temos uma unanimidade incontestável que vêm desrespeitando os direitos básicos do cidadão a vista grossa da sociedade: A Lei Seca.<br /><br /> Os benefícios trazidos pela Lei Seca são claros: diminuição do índice de acidentes, menos mortes no trânsito, etc. O problema não está nessas conseqüências benéficas e sim em alguns procedimentos adotados nas ostensivas e circenses blitz (com direito a balões iluminados e tudo). Nestas blitz é exigido que o cidadão se submeta ao “teste do bafômetro”. É um direito constitucional não oferecer prova contra si mesmo, o silêncio ou a negativa em sujeitar-se a procedimento auto-incriminatório não pode ser interpretado como presunção de culpa segundo jurisprudência existente ratificada pela Suprema Corte brasileira. Quem tiver interesse na matéria jurídica sobre o assunto pode ir para: <a href="http://www.apriori.com.br/cgi/for/prova-contra-si-mesmo-bafometro-constitucionalidade-t1753.html">http://www.apriori.com.br/cgi/for/prova-contra-si-mesmo-bafometro-constitucionalidade-t1753.html</a> Na “Operação Lei Seca” caso o condutor se recusar a passar pelo teste do bafômetro a sua carteira de motorista é apreendida e é lavrada a multa como se efetivamente alcoolizado estivesse. Racionalmente somos levados a pensar “se a pessoa recusou-se a fazer o teste é porque efetivamente estava bêbada, então merece ser multada”, entretanto o exercício da cidadania não pode se valer deste expediente. Não se pode prender um morador de rua porque estava olhando fixamente para a máquina fotográfica de um turista, por mais lógico e evidente nos pareça o eventual assalto. É completamente arbitrário, inconstitucional, autoritário e anti-democrático impor qualquer tipo de penalidade a quem se recusar a fazer o teste do bafômetro. Os benefícios obtidos no combate à mistura de direção e álcool têm feito a sociedade como um todo fechar os olhos para este ultraje. Por melhor que nos pareça ser uma Lei não podemos permitir que, na sua aplicação, sejam feridos preceitos que resguardam direitos fundamentais do cidadão. Caso contrário corremos o risco de cair no lugar comum que deu sustentação à perseguição ao povo judeu, aos intelectuais da China, etc. Qual seria a maneira correta de proceder então? Outra qualquer que não fira o exercício pleno da cidadania. Numa época tão cheia de recursos tecnológicos seria muito fácil filmar o suposto infrator de forma que possa ser evidenciado em qualquer fórum o seu verdadeiro estado, alcoolizado ou não, deixando um juiz julgar pelas evidências apresentadas, para ai sim, uma vez comprovada a culpa, infringir as penalidades cabíveis.<br /><br /> Permitir abrir precedentes que firam direitos constitucionais em prol de uma “unanimidade incontestável” significa correr o sério risco de permitir a volta de práticas ditatoriais e déspotas, coisas das quais a sociedade precisas estar cada vez mais distante.<br /><br />APOLO.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-44659168607191422372009-05-08T16:43:00.000-03:002009-05-08T16:45:23.378-03:00VIVENDO INTENSAMENTE“Viva cada minuto da sua vida como se fosse o último” diz uma das frases que mais tenho visto as pessoas repetirem como sendo um mantra de felicidade e sinônimo de ter uma vida plena e intensa. Quem levar a sério o que preconiza esta frase terá, ao fim da sua vida, errado todos os minutos da sua existência menos um. Como acredito na inteligência das pessoas, certamente a frase acima não é levada a sério por ninguém, funciona mais como um desabafo ou um grito de liberdade perante os grilhões de responsabilidades e infortúnios que a vida teima em nos colocar.<br /><br /> Uma outra abordagem que podemos dar a essa frase é a lembrança que ela nos traz ao saber que efetivamente haverá um último minuto na nossa vida. Todos sabemos que morreremos algum dia, mas quem efetivamente pauta a sua vida com base nesta verdade? A indústria cinematográfica é fértil em produzir obras cujo tema é a mudança dos personagens perante o conhecimento de uma morte eminente. Turrões e avarentos viram bondosos e espirituais, mulherengos passam a procurar o amor verdadeiro, e tem até os que listam o que precisam fazer antes de morrer. A lição que tentam nos passar é: “porque esperar saber que vamos morrer em breve para sermos pessoas melhores?” Infelizmente a grande maioria das pessoas, que se emociona e questiona as suas prioridades com estes filmes, volta às suas rotinas e a viver exatamente da mesma maneira como o fazia antes.<br /><br /> Agora vem a parte em que você não vai concordar comigo. Se alguma vez você adotou a frase acima como palavra de ordem, ou se emocionou com um desses filmes de hollywood repensando a sua vida, mas depois nada mudou, então você faz parte das pessoas que não vive intensamente. A sua vida precisa de uma mudança efetiva para poder ser chamada de plena.<br /><br /> Tomamos conciência de que a nossa vida não está sendo vivida na sua plenitude quando vemos que há um rol imenso de coisas que ainda não realizamos. Algumas destas coisas são de responsabilidade exclusivamente nossa. Perder peso por exemplo (a não ser que seja um problema hormonal, claro). Todos sabemos a fórmula para emagrecer: “gastar mais calorias do que ingerimos” mas colocar isto em prática no dia a dia torna-se um desafio imenso. As desculpas que inventamos não são nem originais, vão desde dizer que não há tempo para praticar atividade física, até o famoso regime que começará sempre na próxima segunda. Por falar em falta de tempo para “malhar”, saibam que essa desculpa caiu por água abaixo depois que o Obama declarou que mesmo em campanha para presidente ele não abria mão de sua atividade física diária. Sem querer fazer pouco dos seus compromissos, é pouco provável que você tenha uma agenda tão comprometida como a de um candidato (vencedor) a presidente dos Estados Unidos. Como fazer então? Simples e complicado ao mesmo tempo. Um dos problemas é a nossa ansiedade, queremos resultados rápidos e a nossa vida exige processos de maturação lenta: Cursar uma faculdade, aprender um idioma, ter um encarreiramento bem sucedido, perder peso, etc. São todas coisas impossíveis de serem alcançadas somente porque foram apontadas como metas a serem conseguidas. Precisamos de atitudes repetidas por várias vezes até atingirmos o alvo, precisamos de disciplina algo que só de pensar já cansa e aborrece. Se queremos resultados rápidos e imediatos pensemos então em metas rápidas e imediatas, deixemos as metas de longo prazo para o longo prazo. No caso de perda de peso a sua meta será não exagerar no seu almoço de hoje, não assaltar a geladeira esta noite, não comer esse biscoitinho agora, e fazer a sua caminhada ainda antes de deitar. Avalie-se segundo as suas metas de hoje antes de dormir e sinta-se um vencedor se as conseguiu cumprir, e sorry, sinta-se um fracassado caso tenha falhado. Comece tudo de novo no dia seguinte, mas não fique paranóico, deixe um dia na semana como prémio, ou então prepare-se para aquela festa que promete e chute o balde sem dor na conciência. Esqueça a sua meta do mês, da semana, a sua meta é a de hoje, melhor a de agora, a deste segundo, a sua batalha se dá a cada momento que você precisa escolher entre sucumbir ou vencer, é tudo que interessa. E a cada segundo que você vencer vibre, a cada segundo que você falhar sinta-se um fracassado. Mas lembre que esta noite tem uma contabilidade própria a ser feita e que ainda pode recuperar o seu dia e torná-lo vitorioso, comece tudo de novo. Este processo levará intensidade para sua vida, acredite.<br /><br /> Um outro ponto é a respeito de nossos problemas que acreditamos que nos impedem de levar uma vida plena. Como ter uma vida plena se há falta de grana ou de um amor verdadeiro? Como viver plenamente se temos que lidar com doenças ou tragédias familiares? Se este fosse o último minuto da nossa vida eles não teriam mais importância, certo? Esta é uma das razões do desabafo da frase acima, e este grito de liberdade é o que denuncia que na sua vida falta plenitude. Plenitude de entendimento. Problemas são parte integrante da nossa vida, eles já vem com o pacote quando desembarcamos nesta Terra. Desejar que não existam, significa querer brincar de Deus e dizer como poderíamos fazer um mundo melhor. Bobagem, problemas não são para serem analisados transcedentalmente, são para serem resolvidos. Dos problemas que você tem atualmente uma grande maioria são resultados das suas próprias ações e decisões. Então, se você soube como criá-los, deve saber também com o eliminá-los. Talvez não goste da resposta, mas removê-los está ao seu alcance. Então pare de reclamar deles e passe a reclamar de você mesmo. Mais uma vez, não é decidindo resolver os problemas que eles se resolvem, é AGINDO, não diga que já resolveu tomar uma atitude, contabilize resultados e não intenções. Restam aqueles problemas originários do infortúnio, uma bala perdida num familiar, por exemplo. Dependendo da proximidade do familiar isto pode mudar toda a sua vida, e embora saibamos que fatalidades acontecem ninguém está preparado para isto. Uma vez a tragédia instalada o que fazer é uma decisão sua. No Rio de Janeiro, os pais de uma jovem assassinada por uma bala perdida no metrô decidiram fundar uma ONG e iniciar uma campanha em prol da paz que mobiliza milhares de pessoas. Quando há famílias atingidas por tragédias similares a que eles passaram fazem questão de ir prestar solidariedade. Poderiam ser mais um casal deprimido e revoltado com o destino, ao invés disso decidiram contribuir positivamente com a sociedade, e levar um vida intensa em homegem a sua filha. Pois é, mesmo diante de um infortúnio, a possibilidade de uma vida intensa e plena ainda é uma decisão sua, decisão que precisa ser colocada em prática e renovada a cada minuto da sua existência, até chegar ao último.<br /><br /><em>APOLO.</em>APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-39741339234403215582009-04-06T14:56:00.003-03:002009-04-06T15:03:33.501-03:00Sobre a Paixão do Ódio“<em>Ódiame por piedad yo te lo pido,<br />ódiame sin medida ni clemencia,<br />odio quiero más que indiferencia,<br />porque el rencor hiere menos que el olvido.<br /><br />Si tú me odias quedaré yo convencido,<br />de que me amaste mujer con insistencia,<br />pero ten presente, de acuerdo a la experiencia,<br />que tan solo se odia lo querido</em>” -- Federico Barreto - <br /><br /> Os versos acima receberam melodia e foram imortalizados passando a fazer parte do cancioneiro popular da música latino-americana. O enredo é uma obra prima do gênero “dor de cotovelo”. Pede-se desesperadamente para que, findo o relacionamento, a amada passe a cultivar o mais feroz dos ódios ao invés de indiferença. O poeta alega que somente assim ele terá certeza de que foi verdadeiramente amado. Loucura poética ou expressão artística de um profundo conhecedor da natureza humana? Estou mais inclinado a acreditar que Federico Barreto era mais uma dessas pessoas cheias de sensibilidade que conseguem desnudar com palavras os mecanismos da alma.<br /><br /> Amor é um sentimento, amar é uma decisão. Esses conceitos não são meus, mas acredito neles. A palavra amor já recebeu centenas de definições e metáforas, portanto não dissertarei sobre ela. Entretanto faço questão de apontar um fato: O amor pensa no longo prazo e no bem que será gerado. Quando você ama de verdade mais importante do que saber se algo é bom ou ruim, é considerar se algo é para o teu bem ou para o teu mal. Esta diferença, que mais pode parecer um jogo de palavras, é algo de extrema importância e saber como enquadrar estes conceitos nas nossas tomadas de decisões pode significar a diferença entre a felicidade e a infelicidade. O grande problema é que essa diferença às vezes não é tão clara assim, citarei um exemplo: Não temos a menor dúvida de que uma mãe amorosa quer o bem do seu filho, mas se ela deixar de colocar limites e não fizer com que os atos negativos dele tenham conseqüências, certamente não estará agindo com amor. O que leva ela a agir assim é a paixão que ela tem pelo filho. Paixão é assim, pensa no imediato e não pondera as conseqüências de longo prazo. Convença uma mãe apaixonada, que agindo dessa maneira, ela não está tendo atitudes amorosas, se você conseguir tornar-se-á meu herói. Percebeu a confusão?<br /> A paixão tem outra característica além da de ser imediatista. Ela se presta tanto para o bem quanto para o mal. Por mais incoerente que pareça pode-se “amar apaixonadamente” assim como também se pode “odiar apaixonadamente”. Paixão é um sentimento que só existe se houver atitudes (e muitas atitudes) que a demonstrem. A combinação de amor e paixão é o ideal almejado por todos nós, por estarmos apaixonados nos sentimos motivados a gerar fatos novos e surpreendentes a toda hora, por estarmos balizados pelo amor prosseguimos ou freamos tais atitudes visando o bem dessa relação. Quando o que norteia é a paixão ela vira tóxica, pode durar 9 semanas e meia ou vários anos de altos e baixos destrutivos. São estas últimas (as guiadas pela paixão) que quando acabam podem virar paixões de ódio. Certamente você conhece alguns exemplos de ex-cônjuges que fazem de tudo para infernizar a vida do outro, despendem tempo, energia e imaginação para terem a falsa ilusão de satisfação pelo sofrimento do outro. Óbvio que esse prazer momentâneo nada mais é do que um consolo para sua infelicidade, um refúgio de infelicidade (vide postagem anterior com esse título).<br /><br /> Quando as relações pautadas pelo amor terminam, elas simplesmente acabam. O sentimento de amor sofre uma metamorfose, passa para melancolia, saudade, e sente-se até certo orgulho pelo que foi vivido. Pode-se terminar uma relação de amor por várias razões, porém o motivo mais comum é que cada uma das partes tem mais chances de ser feliz seguindo outro caminho. Consegue-se ter amor até no fim já que a compreensão do bem a longo prazo é entendida, por mais dolorido que possa ser no momento da separação. As felicidades dos dois passam a ser independentes, foi isto que o poeta lá em cima chamou de “indiferença” e que ele sabia selaria o fim. Como sabia que não conseguiria mais o amor da sua donzela restava clamar pela sua paixão de ódio, somente assim haveria atitudes e pensamentos gerados em relação a ele. O problema é quando o pedido é atendido ou então tem como destinatário alguém que também se encontra no mesmo cenário de paixão de ódio. Encontramos dois apaixonados jurando que o relacionamento já acabou, mas que são dependentes químicos de uma relação tóxica cuja cura, por mais piegas que pareça, é tornar isso em amor, amor próprio principalmente e passar a pensar no seu futuro e na reconstrução da sua vida, independente da outra.<br /><br /> Combinamos então: o oposto de amor não é ódio, é independência (ou indiferença). Enquanto você não conquistar isso o seu relacionamento não acabou, a forma de se manifestar mudou, mas o tempo que ele ocupa na sua mente, no seu coração, ainda é relevante. Ele ainda mexe com as suas emoções, ele ainda existe, por mais que você teime em afirmar o seu fim. Paixão e dependência andam tão juntas quanto amor e liberdade, mas não necessariamente acompanhadas uma da outra.<br /><br />APOLO.<br /><br />MSN: blogdoapolo@hotmail.comAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-10131303619207991942009-03-20T16:17:00.001-03:002009-03-20T16:24:37.327-03:00Homens Que Perdem a CabeçaToda a inocência e pureza que nos ensinaram ser própria da natureza desaparecem ao vermos como é a dura realidade das espécies não humanas. Além da clássica luta caça x predador existe uma luta entre pares da mesma espécie para garantir o direito de ter o seu gene preservado. A vida não é fácil: Precisa-se lutar engenhosamente para obter alimentos, sobreviver ao predador e sobressair ante os outros machos para ter direito à fêmea onde será perpetuado o gene. Não bastasse isso, em alguns casos, precisa-se de agilidade e esperteza para sobreviver a copula com a fêmea. <br /><br /> O comportamento sexual do louva-deus é emblemático. O macho leva horas aproximando-se da fêmea para demonstrar como ele é confiável. Após um longo tempo as carícias começam através de contatos tímidos das antenas, a fêmea tendo aceitado a corte sinaliza que está pronta para o ato, o macho então, num ágil pulo precisa dar a volta e ficar em cima dela fazendo o máximo para segurar-lhe o pescoço com firmeza. Esta “pegada” não tem nada a ver com erotismo, é um ato de autodefesa. Caso a fêmea conseguir se desvencilhar ela ficará de frente para o macho e começará a morder a cabeça dele, estas mordidas também não são sinais de “louco-amor”, são mordidas de digestão mesmo. A fêmea literalmente come a cabeça do macho que tem um sistema nervoso apto a terminar o ato sexual depositando todo o seu sêmen mesmo já decapitado. Orgasmo findo, vida finda. A nossa receptora e responsável pela perpetuação da espécie ainda tem tempo para deliciar-se com o que sobrou do heróico doador. Dizem que ela faz isto para garantir uma boa nutrição para seu novo estado gestacional. Para os que gostam dos nomes destas curiosidades ai vai: “Canibalismo sexual”. Por algum motivo este comportamento somente se dá nas fêmeas, não existem registros de machos que se alimentam das fêmeas após ou durante o sexo. Desculpem a infâmia, mas na natureza quem literalmente “come” é a fêmea.<br /><br /> Têm coisas que raramente são admitidas. Homem que é homem não admite que já perdeu a cabeça por mulher alguma, assim como mulher que quer manter a sua imagem de ternura jamais admitirá que é uma “mulher fatal”, devoradora de homens. A verdade é que todo homem em algum momento da sua vida já perdeu (se não, ainda perderá) a cabeça por alguma mulher, assim como toda mulher fatalmente irá jogar todo o seu “fatalismo” em cima de um homem pelo menos uma vez na vida. O grau com que isso ocorre depende de cada um. Alguns homens perdem a cabeça tendo infindáveis noites de insônia, mudando valores ou fazendo loucuras. Por outro lado algumas mulheres exercerão seu lado “mulher-fatal” fazendo poses para conseguir uma troca de pneus ou tramando para conseguir um convite para sair daquele colega novo no trabalho (mesmo que ele já tenha compromisso).<br /><br /> O paradigma a ser derrubado aqui está ligado ao símbolo de machismo e soberania que nós homens temos como sendo os “reis da criação”, os fortes que comandamos o mundo e, que pelo fato de termos a maior porção de renda do mundo nos julgamos os seres superiores. Esta ilusão começa quando vemos que na própria natureza o macho, via de regra, é maior e mais belo do que a fêmea, infantilmente pensamos “os machos são melhores que as fêmeas”, ledo engano. Os machos PRECISAM ser belos, é a fêmea quem escolhe o macho e é por isso que ele capricha no visual e nos sinais de que é merecedor da escolha, o alvo de comparação dele não é a fêmea, mas outro macho. Essa pose de pavão toda é para dizer que ele é melhor que os outros e convencer a paquera disso, a fêmea não precisa de plumas bonitas e coloridas é ela quem escolhe e ponto. Num rápido paralelo pense em quantos homens acabaram trocando as plumas coloridas por zeros à direita na conta bancária? Ou por bíceps anabolizados? O raciocínio é o mesmo, só muda a ferramenta de convencimento. Esta é a parte em que as mulheres pensam “não tem nada a ver, homem atira para tudo quanto é lado, não existe processo de escolha”, mas esse é outro assunto, o homem precisa ser escolhido cada vez que ele procura uma parceira, se esse processo é único ou contínuo é discussão para outra postagem.<br /><br /> A figura de “perder a cabeça” se dá quando o homem não freia seus atos ante as conseqüências do que ele receberá em troca por ser escolhido. De uma maneira geral, quanto mais atraídos pelo perigo somos, mais perto do louva-deus macho estamos. O que leva um homem querer ser escolhido por uma mulher-hortifruti qualquer sabendo que além do prazer imediato pode lhe custar um bom pedaço do saldo bancário ou até o casamento além de ter que ficar ouvindo papo sem pé nem cabeça por horas a fio? Porque os bordéis vivem cheios? Será que é porque esta é a única oportunidade em que o macho pode escolher a fêmea sem ter chances de ser rejeitado? Uma vez ouvi que uma das vantagens do bordel era de que ali o homem sempre será bonito e gostoso independente da barriga, mau hálito, ou nariz grande, isto é, competição zero. O que é a traição masculina senão um ato de reafirmação da nossa capacidade de sermos escolhidos? Por mais inocente que possa parecer aos nossos olhos viris, toda traição implica em possibilidade de conseqüências negativas, seja uma bronca desaforada ou até a perda da companheira, mas mesmo assim nos arriscamos a perder a cabeça ou outras partes do nosso patrimônio.<br /><br /> É nesta mecânica, a de estarmos tentando ser escolhidos, que fica evidente a fragilidade da situação masculina no campo do relacionamento. Arriscamo-nos neste processo a perder a liberdade, a ter que mudar de valores ou de comportamento, a perder o sono, etc. Nesta altura você deve estar se perguntando: onde entra o amor nesta história toda? Entra em qualquer momento, por amor podemos parar de querer ser escolhidos por outras companheiras. Uma coisa é verdade: Homem que é homem não consegue viver bem consigo mesmo sabendo que não conseguiu ser escolhido. Mulher sozinha e bem resolvida eu conheço várias, quer mais símbolo de fortaleza do que isso?<br /><br />ApoloAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-58786856150988226662009-01-19T22:37:00.002-02:002009-01-29T12:13:16.799-02:00Refúgios de InfelicidadeA não ser que você seja uma pessoa declaradamente depressiva, uma das suas preocupações deve ser a busca pela felicidade, e sobre isto já se falou muito nos livros de auto-ajuda. Mas, enquanto você busca a sua felicidade, o que você faz com a sua infelicidade? Qual a maloca onde você decidiu esconder isso? Será que escondê-la é a melhor saída? Será que a nossa busca deve ser pela felicidade ou pela eliminação da infelicidade? <br /><br /> Sem maiores polêmicas. Vamos usar o conceito de que a felicidade se dá numa vida plena, onde o ser humano pode se sentir realizado nos vários aspectos da sua vida. Vivemos diversos papéis. Somos pais, filhos, namorados, profissionais, amigos, etc. É mais do que sabido que o sucesso num único aspecto não garante a felicidade, e diversos exemplos de estrelas que morrem por overdose ou com relacionamentos complicados nos mostram como a felicidade não anda necessariamente junto com o sucesso profissional.<br /><br /> O tempo que você dedica a um dos aspectos da sua vida pode ser um bom apontador do esconderijo que você encontrou para ocultar a sua infelicidade em outras áreas. Esta é a mecânica mais comum utilizada por nós humanos. Viramos “workaholics” e claro, colocamos a culpa na pressão do trabalho, no chefe, no cliente, na necessidade de dinheiro, etc. Nunca iremos admitir que estamos viciados em trabalho porque, dessa maneira, não haverá tempo para lidar nem lembrar dos outros lados da vida, onde não estamos sendo eficientes e felizes. Caso o sucesso profissional for alcançado, e com isso a sua respectiva recompensa financeira, será quase impossível aceitar que a nossa dedicação excessiva ao trabalho é um refúgio de infelicidade. Neste ponto se faz necessária uma observação. Existem coisas que precisam de bastante dedicação, trabalho é um bom exemplo. Nunca conseguiremos realização profissional se não dedicarmos bastantes horas de nossos dias ao trabalho, como o dia tem um número limitado de horas então, não resta muito tempo para as outras coisas. Como reconhecer então se estamos nos dedicando o necessário ao nosso trabalho ou virando um “workaholic”? Resposta: Percebendo há quanto tempo estamos adiando problemas que sabemos que precisamos resolver. Faz quantos meses você sabe que precisa ter “aquela conversa” com o seu filho e a mesma não acontece? Faz quanto tempo que o seu relacionamento entrou em compasso de espera, e você não faz os agrados que você sabe a outra parte espera? Faz quanto tempo que aquele livro está ali na prateleira esperando ser lido mesmo você sabendo que ele é importante para você? Faz quanto tempo que você vem adiando aquela visita ao médico ou dentista? Agora você pode estar pensando, “definitivamente eu não sou viciado em trabalho, mas também sei que, como todo mundo, tem algumas coisas importantes que venho adiando, então isto não se aplica a mim”. Será? Como disse, trabalho é um dos esconderijos, cabe a você descobrir qual é o seu. Pode ser a tela da televisão, a sua dedicação excessiva aos seus filhos, à sua religião ou à sua malhação, etc. Geralmente é algo que lhe traz prazer, de outra forma não serviria de esconderijo. Este esconderijo é tão perfeito que ele se esconde até de você mesmo, e dificilmente você o perceberá como sendo um refúgio de infelicidade a não ser que o busque ativamente. O problema é que, como estamos condicionados a buscar a nossa felicidade e sabemos que estas atividades-refúgios nos trazem alegria, nos dedicamos cada vez mais a elas e com isso aumentamos o buraco de infelicidade nos outros aspectos da nossa vida fortalecendo a estrutura do nosso esconderijo de infelicidade. A minha proposta aqui é tentar traçar uma busca da felicidade não através da prática daquilo que tem nos dado prazer e satisfação, mas sim pela identificação daquilo que não está resolvido e nos causa frustração, para assim poder ser trabalhado e melhorado. O paradigma a ser quebrado é que a sua felicidade tal vez não esteja somente na procura por aquilo que lhe dá prazer, mais sim pela solução daquilo que tem lhe trazido insatisfação por não ter sido realizado. Tire esses vultos do esconderijo onde os colocou, lave-os e estenda-os ao sol e comece a viver uma vida feliz desempenhando não somente um ou poucos papéis com eficiência, descubra o prazer de ter uma vida plena e realizada nos outros personagens que a vida lhe reservou. Deus nos fez para termos uma vida, rica e abundante. Lembre-se, abundância é quando temos bastante de várias coisas, quando temos bastante de uma só coisa é excesso, sobra, vício, compulsão, neurose, em fim, refúgio de infelicidade.<br /><br />APOLO.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-53112352090036690012008-12-26T07:00:00.001-02:002008-12-26T07:06:16.245-02:00Paz, amor, saúde e outras mentirasUma das maiores mentiras do ser humano fica evidente nesta época de fim de ano. Se são todos pela paz, pelo amor, pela saúde, etc. então porque vivemos num mundo com guerras, desamor e doenças? Sabendo que a nossa realidade mundial é o resultado coletivo de milhões de decisões individuais então, chegamos à conclusão de que tem muita gente passando-se falsamente por pacifista, amoroso e sadio.<br /><br />Espera-se que o leitor deste blog não se encontre na categoria dos que colocam a culpa dos dissabores da vida no governo, no sistema econômico, no destino, no diabo, em Deus, etc. O responsável por tudo aquilo que tem lhe acontecido até agora se encontra neste momento bem em frente à tela do computador e, de uma maneira ou de outra, essa mesma pessoa acabou contribuindo com a sua parcela de culpa com o que coletivamente acontece na sua família, no seu bairro, na sua cidade, no seu país e no mundo.<br /><br />Socialmente nos comportamos criando grupos de identidade ou de interesse comum com o propósito de atingirmos um objetivo de maneira mais eficiente. Gangues, empresas, partidos políticos, igrejas, clubes, países têm este princípio básico de constituição. Entretanto, o ser humano aproveitou este conceito para criar um ser etéreo o qual pode ser responsabilizado por todas as falhas, livrando o indivíduo da sua cota de responsabilidade.<br /><br />Certamente você já foi a uma reunião onde ouviu um participante dizer “a empresa decidiu...” Bem, a empresa não existe, a empresa não decide, a empresa não acerta nem erra. As pessoas que representam a empresa ou têm poder para decidir é que decidem, acertam ou erram. Claro que colocar as decisões dando o nome para cada gerente, diretor ou executivo provocaria um clima instável na empresa, mas uma coisa é falar “a empresa decidiu...”por motivos políticos, e outra é imaginar que essa tal de empresa realmente exista e que tem vontade própria podendo ser responsabilizada pelas falhas e louvada pelos acertos.<br /><br />O paralelo acima se aplica também para a sociedade como um todo. A sociedade não existe, trata-se de um conceito abstrato para identificar o somatório dos indivíduos. As ações da sociedade como um todo refletem o somatório das decisões e ações dos membros que a compõe. Por este princípio indivíduos pacifistas gerarão uma sociedade pacifista, indivíduos amorosos gerarão uma sociedade amorosa, e por aí vai. Mas o que é que vemos na realidade? Sociedades com alto índice de violência, com diferenças sociais, com guerras, etc. Curiosamente vemos também que se colocarmos este tema seguindo a linha de raciocínio até aqui desenvolvida iremos obter como resposta do interlocutor algo como “as pessoas são pacifistas sim, mas os líderes, os donos do sistema têm interesses maiores e isto nos leva a uma sociedade com guerras”. Como ditaduras são cada vez mais raras, este raciocínio cai por si só. Mesmo numa ditadura este raciocínio não se sustentaria, basta lembrar que a ditadura no Brasil foi instaurada com o apoio da população que acreditava seria melhor do que aderir ao comunismo... mas essa é outra história.<br /><br />Discurso é uma coisa, realidade é outra. Antes de começar a pensar no clichê dos políticos pense em você mesmo. Caso lhe perguntassem o que classificaria como as 5 coisas mais importantes na sua vida, o que você responderia? Amor? Saúde? Paz interior? Dinheiro? Seus filhos? Faça a sua lista. Muito bem. Agora faça uma análise do seu tempo e veja o quanto tem se dedicado para aquilo que você destaca como prioridade. Já sei, vai dizer que o trabalho dedica mais tempo por uma questão de obrigação então a quantidade de tempo não conta. Mude o parâmetro então, dentro daquilo que é considerado como prioridade para você contabilize as suas conquistas mais recentes, por exemplo, se você colocou “amor” como a sua primeira prioridade enumere as vezes em que você praticou amor ultimamente, não estou me referindo a esse amor “impessoal” que outros chamam de caridade, mas de amor para perdoar quem ofende, dar sem esperar em receber, não se preocupar com os seus próprios interesses, etc. O resultado desta contabilidade é compatível com o que você mesmo chamou de prioridade? Humm.... Vamos combinar um conceito então? Prioridade na sua vida não é (necessariamente) aquilo que você declara ser prioridade, mas sim aquilo que você se dedica com mais ênfase e eficiência para conseguir frutos, vitórias, metas, etc.<br /><br />Prioridade para a sociedade também é aquilo que ela conquista com mais eficiência, aquilo que o conjunto de indivíduos tem obtido devido à ênfase que tem dado nas suas vidas. Cartões com desejos de paz, amor, saúde, são unanimidade neste fim de ano, mas a prática disso certamente tem se demonstrado outra. Enquanto acharmos que a culpa desta disparidade é do governo, do sistema, dos outros as coisas continuarão as mesmas. Quem sabe uma boa resolução de ano novo seja acertar a sua lista de prioridades com a sua lista de feitos e realizações? Se isso vai mudar o mundo eu não sei, mas quem sabe se você conseguir mudar o seu mundo seja o único passo que realmente interessa a você. Só assim talvez, quando somarmos as realidades individuais veremos que “a sociedade” mudou também.<br /><br />FELIZ ANO NOVO!<br /><br />APOLOAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-71198607193419345442008-11-16T23:51:00.003-02:002008-11-17T11:50:01.137-02:00Lidando com pessoas “importentes”Como já falei anteriormente a maioria do que escrevo aqui vem de experiências que me levaram a re-pensar o que havia aceitado como uma resposta automática e aparentemente correta. Neste caso o acontecido se deu no meu trabalho, estava lidando com uma situação rotineira, tentando atender uma reclamação de um cliente, procurei ser o mais profissional possível e enviei uma correspondência explicando qual seria o procedimento mais adequado para atender às suas solicitações. Recebi uma resposta grosseira dizendo que não aceitaria as minhas sugestões, que faria as coisas do jeito que ele achava que deveriam ser e que não aceitava réplicas. Estava diante de um cliente importante e ao mesmo tempo diante de um ser prepotente, uma pessoa IMPORTENTE. A primeira coisa que veio a minha cabeça ao ler a resposta foi a imagem da pessoa vestindo roupas infantis com um pirulito na mão e batendo pezinho de raiva. Bom, criança a gente não deixa fazer pirraça sem que leve um corretivo então a segunda coisa que pensei foi como articular e efetivar o devido puxão de orelhas. Foi ai que veio o re-pensar, finalmente decidi que a atitude mais sábia seria a de não fazer nada.<br /><br />Levar desaforos de clientes ”importentes” é uma das coisas mais comuns para quem tem que lidar com eles no seu dia-a-dia. Lembro que uma vez na fila do cinema um senhor acompanhado de uma criança pré-adolescente gritava com o bilheteiro porque teria que assinar um documento permitindo o filho assistir um filme acima da sua faixa etária de censura. “Que palhaçada é essa!”, “chame o gerente para falar comigo!” berrava ao mesmo tempo em que batia com a mão no balcão. O gerente explicou calmamente que teria efetivamente que assinar o documento, ele assim o fez e jogou o papel para dentro da bilheteria, saiu resmungando. Não consigo lembrar do gerente nem do bilheteiro mas não esqueço da cara do idiota que conseguiu dar um péssimo exemplo para o filho e que fez questão de mostrar-se um imbecil na frente de todos os que estavam na fila. Foi exatamente essa lembrança que me fez decidir não responder.<br /><br />Óbvio que a reposta mal educada não veio só para mim, ela foi copiada para várias outras pessoas, numa rápida checagem com os outros destinatários pude perceber que eles eram na realidade “as outras pessoas da fila”. Ao igual que o pai destemperado, que terá que continuar assinando o documento cada vez que quiser ir ao cinema com o filho menor, esse cliente terá que continuar lidando comigo se quiser continuar comprando o que tenho para vender, como a decisão de compra não passa pela sua alçada outros negócios serão inevitáveis. A única coisa concreta que mudou foi o conceito desse cliente perante os meus pares. No final fiquei até com pena da pessoa, não havia uma única alma que a defendesse ou que tentasse ser condescendente com o seu ato. Visto isto me perguntei, será que preciso responder a este ataque? O mal que tinha que ser feito já havia sido feito, e pela própria pessoa, mas para a sua imagem e reputação. Que corretivo você precisaria dar em quem consegue dar um tiro no próprio pé?<br /><br />“Não levo desaforo para casa” nessa frase queremos dizer que se alguém “nos dá um fora” nós não devemos permitir, afinal de contas “quem ele pensa que nós somos?”. Veja agora deste ângulo, analisemos o sucedido na fila do cinema, o bilheteiro e o gerente não precisaram devolver o desaforo e serviram de exemplo de como lidar com clientes “importentes”, mas o cliente passou a ser o idiota que serve de referência de mau exemplo para todos. Visto assim quem está levando o desaforo para casa é o próprio “desaforado” e não as suas supostas vítimas.<br /><br />Outra idéia que poderia passar pela nossa cabeça é a de que ao deixarmos de dar o troco a um desaforo recebido estaríamos passando a imagem de submissos ou subservientes. A sua imagem não depende da atitude de uma criança velha que bate perna e diz impropérios para você, a sua imagem depende de um conjunto de atitudes e de até como você vai lidar com pessoas desse calibre. Do mesmo jeito a imagem da outra pessoa não depende da resposta que você por ventura possa dar. Qualquer resposta que você der não vai ser absorvida por alguém que não está a fim de ouvir e aprender, mas de auto-afirmação. Então para que perder o seu tempo? E finalmente, certamente a pessoa esperava por uma resposta, a qual não teve, este fato não deixou de ter um gostinho nada louvável em mim, fico imaginando o cliente “importente” sentido-se frustrado igual a criança mimada que reclama por atenção e não a recebe, deve ter ficado com mais “raivinha” ainda, e o melhor é que eu não precisei fazer nada. Têm coisas que realmente não têm preço.<br /><br />APOLOAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-16462606782859813622008-11-09T22:46:00.000-02:002008-11-09T22:48:05.839-02:00O fim do mundo está próximo?Aquecimento global, desastres climáticos, terremotos mais freqüentes, guerras étnicas, quebra financeira mundial, banalização dos princípios morais, etc. Será que isso tudo nos leva a crer que efetivamente estamos nos últimos dias da história do homem na terra?<br /><br />A reposta a essa pergunta só pode ser uma destas três: Sim, não ou não sei. Se você é uma pessoa que já tem opinião formada, ótimo! Não tenho a menor intenção de mudá-la. Mais importante do que dizer qual é a minha opinião ou de tentar mudar a sua acredito ser falarmos um pouco sobre o que você está fazendo ao respeito disso.<br /><br />Se você acredita que sim, por convicções religiosas ou porque se tem como um grande estudioso dos profetas, sinais, estrelas, oráculos, seja lá o que for, legal! Agora pergunto: e daí? De que tem lhe adiantado saber (ou crer) que o fim está próximo? Este conhecimento lhe deu a certeza que no fim você seria resgatado (abduzido, arrebatado, etc.) e levado para outro lugar onde não haveria os problemas que enfrentamos nesta Terra chula e vulgar. Perfeito! Conseguiu paz no seu coração, fez uma esperança virar certeza pelo instrumento da fé, maravilha! Mas, futuros apartes após essa tomada de consciência você acordou no dia seguinte com as mesmas contas para pagar, a obrigação de chegar cedo ao trabalho, os filhos exigindo coisas, o(a) cônjuge pedindo mais atenção, as notícias do jornal falando o mesmo. Esta parte poderia ter até trilha musical do Chico Buarque: “todo dia ela faz tudo sempre igual...”. Seria bom se pudéssemos ir ao banco e dizer ao gerente “olhe ontem eu descobri que o mundo vai acabar logo, portanto não adianta me cobrar aquele empréstimo porque o dinheiro não vai ter mais nenhuma utilidade”. Bom, deu para perceber que mesmo tendo conseguido o alívio de saber que no futuro você será resgatado, no presente não houve nenhum fato que efetivamente mudasse o seu dia a dia. A não ser que você decida virar um arauto do fim dos tempos e passe a viver de doações ou cobre pelas suas palestras, essa mensagem apocalíptica não ajudará a suprir suas necessidades financeiras. A única maneira que eu acredito que a convicção de que o fim está próximo pode lhe ajudar na prática é se você se convencer que as coisas ficarão cada vez mais difíceis e, portanto você precisa trabalhar mais agora, juntar mais recursos agora, criar condições agora de poder sustentar-se quando o Apocalipse se concretizar. Caso você faça parte do grupo de pessoas que acredita que o fim está tão próximo que não precisa se preocupar com o futuro, parabéns! Você faz parte do grupo que um dia estará certo! O problema, é que existe a probabilidade de você não estar presente nesse grupo quando a predição se confirmar e, enquanto isso, a única coisa que você conseguiu dar fim foi ao seu crédito, às suas realizações e a todo o conjunto de experiências gratificantes reprimidas pela falta de uma expectativa de futuro. A sua certeza de que o fim estava próximo vai conseguir dar fim ao seu futuro próximo se você agir como se o futuro não existisse mais.<br /><br />Caso você acredite que o fim não está próximo e que essa história toda não passa de fanatismo religioso ou de conversa de bruxo esotérico, legal! Também não vou querer aqui que mude de opinião, mas pergunto: e daí? Você já parou para pensar por um momento que existe a remota possibilidade de você estar errado? O problema não é estar errado, o problema é: o que aconteceria com você caso você estiver errado? O raciocino aqui é o mesmo da decisão de jogar roleta russa. A maior probabilidade é de que ao apertar o gatilho o tiro não dispare, o que leva você a não jogar roleta russa não são as chances de ganhar mais sim a conseqüência de estar errado. Por esta lógica, não importa o quanto você está preocupado hoje com o seu dia a dia, a melhor coisa que você tem a fazer é começar a tomar atitudes preventivas que aliviem a sua barra num suposto julgamento final. Quanto mais altruísta e amoroso com os outros você for agora, melhor condição constrói para si no futuro improvável e o que é melhor: começa a ser uma pessoa melhor agora. As suas contas continuarão sendo pagas já que você continuará sendo uma pessoa lógica e racional, focada em resolver os seus problemas atuais, manter a sua reputação de bom pagador, etc. A única diferença é que ao tentar marcar pontos para o futuro tendo atitudes menos egoístas e mais compreensivas com os outros passará desde já a ser uma pessoa mais amada e com benefícios para sua alma. Você pode estar pensando: “Eu não acredito em fim do mundo, mas ao mesmo tempo eu já tento ser amoroso(a) e compreensivo(a) com os outros, tenho até religião, mas a minha religião não acredita em fim do mundo, então nada disso se encaixa em mim”. A não ser que a sua religião proíba acesso a outros livros recomendo que leia um pouco sobre o que se apregoa serem sinais do fim dos tempos e faça uma checagem com o cenário atual, no mínimo as suas convicções serão abaladas, garanto.<br /><br />Se a sua resposta à pergunta inicial (se acredita estarmos no fim do mundo) foi “não sei”, permita-me dar-lhe um conselho: Procure saber, forme opinião ao respeito e igual a jogo de tabuleiro depois volte duas casas se a sua opinião for “sim acredito” ou então somente uma casa se a sua resposta for negativa. Tem muita coisa acontecendo por aí para você ficar fora dessa.<br /><br />APOLOAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-90802233615160405172008-10-23T00:12:00.002-02:002008-10-23T00:20:55.403-02:00A identidade do autorRecebi alguns questionamentos a respeito da minha identidade. Os mais próximos sabem exatamente quem sou eu, outros, entre distantes e não tão distantes assim, começaram a receber o e-mail semanal convidando para a leitura deste blog sem saberem exatamente quem sou. Cheguei a receber e-mails ameaçadores, do tipo “identifique-se ou me retire do seu mailing list”.<br /><br /> Acredito que neste mundo conturbado e violento onde hackers têm o sadismo de enviar vírus só pelo prazer de verem seu mal se espalhando seja muito razoável querer se proteger de intrusões virtuais. Mas precauções a parte quem já leu este Blog percebeu que o autor só deseja se divertir escrevendo e espalhando estas linhas pelas marés das bandas largas e linhas discadas da web. O axioma é bem simples “eu me divirto escrevendo, quem sabe você se divirta lendo?”. No meu digitar coloco coisas que aprendi ao longo da minha vivência, tal vez você se identifique com elas ou então descubra um novo ângulo de ver aquilo que você está tão acostumado a enxergar todo dia do mesmo modo.<br /><br /> Mas porque será que existe essa necessidade de conhecer a identidade de quem escreve? Falemos sobre os dois motivos mais óbvios:<br /><br /> - “Diz com quem andas que te direi quem és” Você precisa identificar se a pessoa que está enviando mensagens pertence a algum grupo que referencie o seu mesmo jeito de ver as coisas ou se ela professa o seu mesmo credo. Isto faz parte da sua auto-afirmação social de conceito de grupo. Muito lógico, muito natural. Afinal de contas você é uma pessoa de convicções e tem orgulho de agir de acordo com o que você acredita ser o certo, porque dar ouvidos a alguém que pode ter idéias ou conceitos diferentes dos seus? Este é o motivo da sua necessidade de saber a identidade do autor? Legal, você não está sozinho(a). A história esta cheia de exemplos similares. O que me vem mais rapidamente à mente é o daquelas pessoas certinhas, defensoras da lei e da ordem que mandaram crucificar um arruaceiro que vivia rodeado de bêbados, glutões e prostitutas. Longe de mim tentar ser um cristo virtual! Mas essa sua lógica o colocaria de que lado da multidão frente a Póncio Pilatos? Se você vai alegar que esse foi um caso único na história já vou lhe dizendo que o Holocausto, o Apartheid, a Revolução de 64, etc. tiveram o mesmo DNA, o que detém o gene da separação e exclusão daquilo que não pertence ao grupo dominante. Neste caso o grupo dominante é o grupo de conceitos que dominam você.<br /><br /> - Precisa saber se o autor efetivamente pratica o que escreve? Somente saberá se tiver meu nome revelado, certo? Uhhmmm... a primeira coisa que consigo me lembrar é de um amigo meu que afirmou cheio de convicção, “eu não pertenço a nenhuma religião porque até agora em todas as religiões que eu freqüentei pude ver que as pessoas não seguiam 100% o que elas defendiam como certo” Óbvio que até agora ele não conseguiu se filiar a nenhum grupo religioso. Quem me conhece sabe que é mais fácil lembrar os meus defeitos do que as minhas virtudes. Mas e daí? No que isso pode mudar o conteúdo e o sentido do que está escrito? As palavras, idéias, conceitos e paradigmas têm força por si só, não precisam nem de mim nem de você para existirem. Esse joguinho de “olha quem está falando?!” somente serve para brigas de namorados adolescentes. Quem está disposto e aberto a realmente aproveitar novas idéias e conceitos ou a romper seus paradigmas não está preocupado com quem está falando, mas na força daquilo que está escrito para sua própria vida. Somente assim quem lê estas linhas poderá curtir a viagem nas minhas experiências quando encontrar algo de utilidade para si.<br /><br /> É isso ai, não permita que conceitos ou doutrinas sejam contaminados pelos mensageiros. Faça com que o jogo seja entre as idéias e você, somente assim poderá tirar o máximo proveito delas, ou então reafirmar os seus próprios conceitos. Neste processo o que menos importa é a identidade do autor.<br /><br />APOLOAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-87568096948918204472008-10-13T20:18:00.004-03:002008-10-14T12:39:47.872-03:00VERDADES QUE APRISIONAM, MENTIRAS QUE LIBERTAMUm dos mais clássicos versos bíblicos diz “a verdade vos libertará” e, como tudo que é tomado fora do contexto, acabou virando desculpa para podermos agir colocando a verdade como o único preceito moral a ser aceito como justo, certo e digno de ser levado em conta para nortear os nossos atos. Se você acha que a verdade está acima de tudo então encontrará aqui uma voz discordante.<br /><br /> De antemão descarto a defesa do falso, da mentira, do engodo. O que questiono é a prevalência da verdade acima de todos os outros objetivos moralmente desejáveis. Ao mesmo tempo advogo pela mentira, pela falsidade como um caminho para construir fortalezas ou diminuir fraquezas nas nossas vidas. Paradoxal? Nem tanto.<br /><br /> Se em alguns momentos a verdade pode ser prejudicial e em outros a mentira pode ser construtiva, como então decidir em que momento escolher por uma ou por outra? Fácil: Pela conseqüência esperada.<br /><br /> Tentarei ilustrar através de um exemplo. Suponhamos que você foi magoado por alguém, suponhamos que essa pessoa tenha agido de maneira leviana contra você e que você tenha conseguido reunir provas da premeditação do ato. Você então tem todas as razões do mundo para estar magoado, isto é uma verdade! A pessoa agiu de má fé contra você, também é verdade! Você não tem a menor intenção de deixar passar isso em branco e os seus sentimentos estão verdadeiramente feridos. Pronto! Você acabou de levantar uma verdadeira prisão de “verdades” ao redor de você mesmo. Cada vez que lembrar o ocorrido não conseguirá andar além das grades de verdades que você levantou. Lamentavelmente poucos são os que percebem que estão presos, muitos chegam a defender as verdades como tesouros que justificam as suas mágoas e rancores. Ponto pacífico que mágoa e rancor não são bons para ninguém. “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra." (William Shakespeare). Como fazer então para sair desta prisão de verdades? Simples de falar, difícil de fazer: Criando um cenário de mentiras construtivas. Fingindo que não estamos magoados, que efetivamente já perdoamos, que não damos a mínima para o que aconteceu, achando graça do episódio como um todo, etc. Não me peça para explicar como funciona, mas o resultado será que em algum momento o seu alvará de soltura será emitido e você estará fora dessa prisão. Existe uma Lei no Universo que premia tudo aquilo que a gente faz com disciplina e dedicação, por esta Lei aquilo que começou como uma mentira será transformado em verdade e o beneficiado será você.<br /><br /> Os nossos gostos, sentimentos, desejos, as nossas opiniões, etc. tudo isso também pode funcionar como verdades que aprisionam. Mesmo sem lhe conhecer posso garantir que o seu baú de verdades está cheio de argumentos que não permitem você se relacionar melhor com outras pessoas, ou que impediram você de começar aquele regime por tantas vezes adiado. O certo é que se você esperar a vontade de perdoar chegar para perdoar, você nunca perdoará; se você esperar a vontade de comer menos e de malhar chegar, você nunca fará nem uma coisa nem outra. Aprenda a praticar a mentira construtiva, o fingimento que permitirá que as suas metas sejam alcançadas e que o seu dia a dia seja mais alegre, ria quando não tiver vontade e as pessoas verão em você um ser sempre feliz, o resultado? Você será um ser sempre feliz. Duvida? Comece agora a fingir que você não se importa mais com aquilo que o está incomodando, não pare de fingir, continue, continue. Depois me conte se funcionou.<br /><br />ApoloAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-20274025883041877172008-10-06T00:22:00.003-03:002008-10-06T00:36:08.873-03:00A vida não é um jogo de xadrezA frase título desta postagem pode parecer óbvia, mas pensando um pouco mais verá como existe um sem-fim de pessoas que acreditam que efetivamente a vida é um jogo de xadrez, uma competição, uma guerra, uma constante luta de interesses contrários.<br /><br /> Muito já se falou sobre luta de classes, resolução de conflitos, arte da guerra, etc. Existe até uma teoria matemática chamada “teoria dos jogos” cuja aplicação vai desde o flerte até o comportamento dos agentes econômicos para extrair valor de algo. Quem tiver interesse sobre estes assunto encontrará farto material na Internet, discorrer sobre isso tudo não é o meu objetivo. O que estou querendo dizer é que existe um paradigma no mundo em que vivemos que preconiza que estamos em constante resolução de conflito de interesses.<br /><br /> Se você entra numa loja o foco do vendedor será em conseguir que você gaste o maior dinheiro possível do outro lado você só aceitará gastar por algo que for do seu agrado e em alguns casos pedirá até desconto; No trabalho você acredita que você e o seu patrão têm interesses diferentes e pode colocar ai toda a lengalenga que os sindicatos têm como chavão; Ainda no ambiente de trabalho você vê o seu colega como rival para uma promoção; na escola o aluno costuma ver conflitos com os professores; quantos relacionamentos você conhece que viraram verdadeiras quedas-de-braço entre o casal?<br /><br /> “Todo o dia o leão terá que ser mais rápido que a mais lenta das gazelas para poder comer e a gazela terá que ser mais rápida que o mais rápido dos leões para sobreviver, não importa se você é leão ou gazela, todo dia você vai ter que correr o mais rápido que você puder” Diz um velho ditado africano que é tido como um ícone da competitividade. Outro ditado mais conhecido diz que “o peixe grande come o peixe pequeno”. Pronto! A nossa vida virou uma metáfora zoológica, somos peixes, leões ou gazelas em busca pela sobrevivência tendo que identificar quem são os nossos predadores ou as nossas presas. Se viver é isso mesmo vou ter que pedir emprestada a frase do Silvio Brito e dizer “pare o mundo que eu quero descer!”<br /><br /> O meu lado visionário, puxado pela minha personalidade aquariana me compele a dizer que se você é uma pessoa que tem a sua vida pautada por lutas e conflitos de interesses então você é um espécime em extinção.<br /><br /> Sim, sim, sei muito bem que conflitos e guerras existem desde que o homem passou a ter livre arbítrio, não sou ingênuo em acreditar que o amor e a paz reinarão porque nós decidiremos viver num mundo de harmonia e altruísmo mútuos. Guerras, guerrilhas, conflitos religiosos, conflitos sociais, etc. vão continuar existindo por muito tempo ainda. Não estou me referindo a esse tipo de conflito, estou me referindo aos conflitos de interesses que você enxerga na sua vida levado pelo paradigma de que tudo nesta vida é uma luta, um jogo de xadrez onde sempre têm vencedores e derrotados, e claro onde você tem que fazer de tudo para estar ao lado dos vencedores.<br /><br /> Quer deixar um americano profundamente ofendido? Chame-o de “looser” (perdedor). Por quê? Porque o mundo deles é feito de “vencedores” e “perdedores” e obviamente ninguém quer ser considerado um pária da sociedade. Calma! Também não vou discorrer aqui todo aquele fel antiamericano tão comum por ai. É de lá que também vem uma nova visão que acredito será a mais útil num mundo tão competitivo como o nosso. O jogo do win-win (ganha-ganha). Uma competição em que ambos ganham, será possível?<br /><br /> Vamos analisar algumas situações de conflitos clássicos para ver como funcionaria:<br />- Numa transação comercial comprador e vendedor teriam que deixar de lado o interesse individual para assumir que existe um interesse comum o qual poderia ser “continuar fazendo negócios juntos” para isto acontecer o ganho de ambos terá que encontrar um meio termo o qual deixe ambos satisfeitos, uma negociação com esta premissa levará a um jogo de win-win.<br />- Nas relações trabalhistas o empregador tem que abrir os olhos para perceber que tanto ele como o funcionário não estão em lados opostos do tabuleiro, ambos precisam da continuidade da empresa, isto já é um interesse comum. Por outro lado quem dá o balizador das demandas trabalhistas é o mercado assim como é o próprio mercado quem diz a qual preço os produtos ou serviços da empresa podem ser negociados. Imaginem uma empresa onde os funcionários exigem constantemente aumentos salariais, claro que vai chegar uma hora em que o patrão verá que as outras empresas têm quadros mais baratos e fará todo o possível para renovar a sua folha a custos mais atrativos. De outro lado se o empregador tentar achatar os salários e não compartilhar lucros com os seus funcionários terá pessoas menos motivadas e, portanto menos produtivas que farão de tudo para mudarem para outra empresa com maiores remunerações. Quando o gestor da empresa conseguir formar uma cultura organizacional onde este conflito de interesses não exista, mas onde seja claro o objetivo comum, muita energia deixará de ser gasta em negociações trabalhistas e poderá ser aplicada para obter maiores fatias de mercado e maior lucratividade para a empresa como um todo. Utopia? Claro que não, não vou falar nome de empresas aqui, mas se você perguntar por ai verá que já existem empresas onde esta nova cultura está prevalecendo.<br />- O dia que ouvi da minha antiga parceira a frase “as coisas tem que ser sempre do teu modo” eu percebi que o nosso relacionamento estava em crise. Se existe um lugar onde o interesse comum TEM que imperar é no relacionamento amoroso, poderia dar uma de romântico e dizer que o interesse comum seria “o de agradar o outro”, mas vou ser mais prático e dizer que o interesse comum é o de “manter o relacionamento”. Algumas meninas que estão lendo devem estar se perguntado “Mas Apolo, será que você não estava tentando fazer as coisas da SUA maneira mesmo?” Bingo! Acabaram de se denunciar. Relacionamento para vocês é um jogo de xadrez mesmo. Cada um chama de “relacionamento” o que quiser, eu vou falar o que deveria ser para mim: Duas pessoas ficam juntas porque têm algumas (muitas) coisas em comum (sem essa que pólos opostos se atraem, fale com um analista que ele explica melhor o porquê), entretanto essas duas pessoas não são iguais, tem outro tanto de coisas diferentes, mas que ao colocar na balança acharam que seria irrelevante para mudar a idéia de ficarem juntos. Pronto, é isso. No dia-a-dia o que é diferente é irrelevante, o que é da tua maneira ou da maneira dele(a) é irrelevante, mas e aquelas coisas relevantes que apareceram depois de ficarem juntos e existem diferenças? Bom no xadrez você não fala a sua tática, você simplesmente tenta vencer, mas num relacionamento comunicação é vital. Como num relacionamento de verdade o interesse comum é em “manter a relação” a maneira do consenso passará a ser a “nossa maneira”. Esse papo de “teu modo” é porque ou você está querendo discutir por coisas banais ou então porque você não se deu o trabalho de ter um dialogo prévio preferindo ir logo para o confronto e dar um xeque no adversário acusando-o de fazer as coisas do jeito dele(a). Relacionamentos de verdade são perfeitos? Claro que não, mas uma reclamação mais apropriada seria “você não está fazendo como nós havíamos combinado”... sacou?<br /><br /> Convido-o-(a) para uma exploração na sua rede de relacionamentos: no trabalho, em casa, nas ruas, nas lojas, na sua família, na sua religião, etc. Avalie se você está sentado(a) a frente de um tabuleiro de xadrez, mas deveria se levantar e passar a jogar o jogo do win-win. Dê um xeque-mate no seu orgulho e passe a ver uma outra maneira de poder ganhar o jogo. E se o seu “adversário” não quiser jogar esse novo jogo? Bom, acredita que isso não faz a menor diferença? Por quê? Acabou o tempo, mas prometo que eu conto na semana que vem.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-26847869175093286602008-09-28T22:36:00.000-03:002008-09-28T22:43:22.354-03:00O que metais alcalinos têm a ver com o subjuntivo do futuro composto?Será que você consegue localizar na tabela periódica, metais alcalinos, semi metais ou gases? E o que dizer dos modos verbais? Que tal tentar explicar qual a diferença entre um verbo no indicativo do futuro do presente e no subjuntivo do futuro composto? Caso você saiba a resposta de uma das perguntas certamente não saberá das duas ao mesmo tempo. Se agora que já se passaram alguns anos que saímos da escola não nos lembramos mais de nada disso porque será que continuam insistindo que nossas crianças sigam estudando estas e outras coisas que não lhes serão úteis no seu futuro? Se a resposta é “para ter cultura geral” porque então não são ensinados com mais ênfase em matérias como pintura, música, cinema, teatro, etc. Se a resposta é para “aprenderem algo que terá utilidade no seu futuro” porque o viés profissionalizante é somente para algumas escolas e não para todas? Porque não são ensinados conceitos básicos de administração de empresas, economia, gestão, logística, psicologia, empreendedorismo, etc.?<br /> Se você tem (teve ou terá) filho na idade escolar a pergunta “para que serve tudo isto que estou aprendendo?” é uma certeza, ocorrerá mais cedo ou mais tarde. Se você nem lembra mais daquilo que ele está estudando então como responder a esta inquietante indagação? A criançada de hoje em dia não vai ficar satisfeita com a resposta que você recebeu do seus pais, posso não saber qual foi, mas posso imaginar algo como “porque é a sua obrigação, eu aprendi na sua idade então você também vai ter que aprender”. Crianças de hoje conseguem “zerar” vídeo games cujas caixas não trazem manuais de instruções e com diálogos em um idioma que não compreendem. Elas vão pulando de “fase em fase” através de auto-aprendizado e ajuda cooperativa com os colegas e somente abandonam o jogo quando o terminam para logo depois passar para outro. Então é melhor ter outra resposta a não ser que você queira concordar com ele e comece a dizer “acho um absurdo mesmo! Tanta coisa que não vai usar no futuro e não sei por que tem que aprender?” Ele poderá até ficar feliz com você agora, mas isso não vai ajudá-lo na escola e certamente sentirá pena de você no futuro quando ele descobrir que você estava completamente errado.<br /> Todas as escolas têm que seguir o mesmo currículo, algumas conseguem outras não, mas mesmo entre as que conseguem existe uma grande diferença na qualidade do aluno que ali estuda e que se reflete nos Enem’s e vestibulares da vida. É nesta diferença que enxergo o verdadeiro motivo não somente de freqüentar uma escola como o de ter de aprender modos verbais e tabelas periódicas.<br />Escola serve para aprender a aprender, e ela será tão bem sucedida quanto o muito deste processo puder ensinar aos seus alunos. Os anos passados nos bancos escolares servem para refletir tudo aquilo que os nossos filhos irão enfrentar fora das grades da escola. Repare na sala de aula, ali já se encontram todos os estereótipos da nossa sociedade não somente no alunado, mas também no corpo docente. Uma vez a minha filha comentou que a professora de português dela era muito ruim (não foi bem essa a palavra que ela usou, mas o sentido era esse mesmo) disse inclusive que um grupo de alunos havia ido ao Diretor fazer queixa e a resposta fora “Sabemos do problema, vocês não são os primeiros a reclamar disso” Entretanto nada mudara, as provas continuavam difíceis e segundo ela a matéria insuficiente. Só lhe restou buscar reforço escolar por conta própria, juntar-se com as amigas e fuçar a internet para suprir a deficiência, foi um sufoco, mas ela e as amigas conseguiram aprovação na matéria. Nesse ano a minha filha aprendera a superar obstáculos, a saber que nem sempre a vida é do jeito que deveria ser, que perante uma situação que possa ser injusta com ela só lhe restará superação através do esforço próprio. Sei, sei, muitos vão dizer que o exemplo é ruim, que a escola tinha que trocar a professora, etc. e tal, mas atentem para o fato de que a superação foi coletiva, não individual, a escola através dos anos tinha conseguido ensinar aos seus alunos que eles não somente devem reivindicar pelos seus direitos como também devem buscar soluções com os seus próprios esforços e não esperar exclusivamente que a resposta venha de terceiros, sobretudo quando é o futuro deles mesmos que está em jogo. Uma vez a minha filha me disse “Pai, eu sei que reclamo da minha escola, sei que ela é difícil, mas eu não quero deixar de estudar nela, não gostaria de estudar em uma escola que não me exigisse do jeito que esta me exige”. Se você está pensando que a minha filha é “nerd”, está muito enganado, ela adora essas coisas todas que adolescente gosta, é um sacrifício para ela acordar cedo, tem Orkut, MSN, não perde um dia o ranking da MTV, e por aí vai. Mas foi ela quem apontou para a resposta da pergunta fatal: A escola serve para exigir que os alunos se esforcem num processo de aprendizado. Como esse aprendizado tem que ter um conteúdo, colocamos ali tabelas periódicas, modos verbais, fórmulas de física, e outras coisas que, além de nos darem cultura geral, nos serão úteis de alguma maneira.<br />Já deu para perceber que se credito à escola um objetivo de formação disciplinar, acho então, um crime contra a Educação o regime de “aprovação automática”, que é a maneira pela qual, os que deveriam ser responsáveis por ensinar os alunos a criarem mecanismos de aprendizagem, tentam burlar a responsabilidade pelo mau desempenho escolar. O mesmo crime pode estar sendo cometido dentro da sua casa cada vez que você não cooperar com a formação do seu filho usando mecanismos minimizadores de esforço. Como? Dizendo que a escola que ele está é fraca (ou forte) demais mesmo e que a culpa não é dele; que o horário é um absurdo e que (só hoje) pode dormir mais um pouco; que muitas das coisas que são ensinadas são inúteis mesmo; que o que ele deixar de aprender agora poderá recuperar num “cursinho pré-vestibular” no futuro e por ai vai.<br />Fique a vontade para usar a minha resposta (ou da minha filha) se concordar com ela, e fique a vontade também para discordar dela e usar outra qualquer só não fique a vontade para deixar de dar ao seu filho os valores que ele irá precisar usar no futuro. O problema é que o futuro embora pareça incerto sempre chega.<br />APOLO.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-59268371039020755792008-09-21T14:20:00.000-03:002008-09-21T14:38:53.618-03:00Por que você está me olhando?Existem algumas coisas, de aparente irrelevância, que acabam desapercebidamente nos marcando. Lembro claramente a imagem do meu irmão caçula tentando cuidadosamente recortar um boneco que havia saído no jornal, ele tinha uns 7 ou 8 anos, eu estava vendo televisão mas acabei me distraindo com as murmurações dele cada vez que não conseguia seguir fielmente a borda do boneco, parei de ver televisão, simplesmente virei a cabeça e passei a dar atenção ao cuidadoso recorte do meu irmão. De repente ele num descuido acabou degolando o boneco num erro que não teria mais conserto, fitou o boneco em silêncio por alguns segundos e depois levantou a cabeça olhando ao seu redor, foi ai que ele percebeu que eu estava olhando e iradamente me perguntou “por que você está me olhando? Está vendo o que você me fez fazer” eu como irmão mais velho tentei ser condescendente e só dei um riso irônico. Essa imagem nunca saiu da minha cabeça.<br /><br />A lembrança acima tem servido como referência nas vezes que deparo comigo mesmo ou com outras pessoas olhando ao redor procurando o culpado pelos erros que foram cometidos por nós mesmos. Achamos culpados revestidos das mais diversas formas, vamos ver algumas:<br /><br />AS CIRCUNSTÂNCIAS. Dá um alívio quando percebemos que podemos culpar as circunstâncias, elas estão ali efetivamente, não são invenções nem suposições e aparentemente não foi você quem as procurou e, sobretudo, elas não podem rebater com você para alegar inocência. Circunstância pode ser tudo: O lugar onde você nasceu, a educação que você recebeu, o sistema político- econômico, a cultura da sua empresa, a TPM da sua companheira, etc. Claro que existem ocorrências em que as circunstâncias são efetivamente culpadas. Ser atingido por uma bala perdida ou por um imprevisível acidente da natureza é obviamente um acontecimento em que pode se imputar culpa às circunstâncias, mas geralmente é somente nesses casos, em casos de acidentes. Fora isto, goste ou não, as circunstâncias não têm responsabilidade pelos seus fracassos, o verdadeiro culpado foi você através das suas decisões. Circunstâncias servem somente para desenhar cenários de opção, de superação, de virada, de tomada de atitude. Você certamente não consegue mudar o ambiente que você nasceu (seja uma favela ou uma cidade do interior com poucos recursos), mas se você vai continuar ali é uma decisão exclusivamente sua. Não preciso numerar os exemplos, eles estão ali na mídia, são pessoas que decidiram fazer algo para mudar as suas próprias vidas, seja através da música, do estudo, do trabalho, etc. A única diferença entre eles e o resto é que eles decidiram não permitir que as circunstâncias determinem a sua vida, chamaram essa responsabilidade para si ao invés de ficar olhando ao redor para procurar culpados.<br /><br />O DESTINO. Dificilmente encontraremos alguém que se auto-intitule de “fatalista”, mas se observarmos atentamente veremos pessoas com várias atitudes ou “deixas” fatalistas. Quantas coisas são atribuídas a “falta de sorte” ou então são justificadas por um “se não foi é porque não era para ser mesmo”, num linguajar mais esotérico podemos igualmente atribuir os nossos fracassos a “forças da natureza” como mapas astrais, conjunção das estrelas, natureza dos signos, carmas, etc. As pessoas mais “espiritualizadas” podem com toda tranqüilidade dizer que “não era a vontade de Deus”, em fim, um arsenal para não precisarmos mais nos sentir culpados. Então, será que a vida não conspira? Será que Deus não manifesta a vontade dele sobre as nossas vidas? Não entrarei em discussões religiosas, uma coisa é certa: Temos livre arbítrio, para manifestá-lo pensamos, imaginamos, planejamos, organizamos, decidimos e agimos. Coisas que, nesta terra, somente nós humanos fazemos e se podemos fazer isso o destino não tem mais poder sobre nós. O destino nunca nos obrigará a tomar decisões, ele no máximo pode se apresentar como opção, mas a decisão continua sendo nossa e de mais ninguém. O destino pode colocar na sua frente uma pessoa com todos os requisitos desejados para ser seu(sua) companheiro(a) mas se esse relacionamento vai funcionar vai depender dos seus atos, do amor que você e esta pessoa são capazes de demonstrar, da sua capacidade de perdoar, etc. etc.<br /><br />OS OUTROS. Esta é a mais covarde e imatura das desculpas, parte do princípio de que você é uma vítima dos erros e maldade de terceiros onde você teria feito tudo ao seu alcance sendo, entretanto, prejudicado por outros. Outra faceta ridícula desta desculpa é o famoso “você errou primeiro” e se efetivamente o outro cometeu o erro antes então recebemos um habeas corpus para errar também. “Eu trato da mesma forma como sou tratado” e “não tenho sangue de barata para não reagir” são duas das frases mais famosas deste tipo de comportamento. Ah! Mas nós não somos uma ilha, dirão rapidamente os acostumados a utilizar este argumento para colocar responsabilidades em terceiros. Não, certamente não somos. O mundo é cada vez mais interativo, trabalha-se cada vez mais sistemicamente, em equipe, em conjunto, em turmas, etc. Mas somos nós que escolhemos o clube que iremos nos filiar, as pessoas com que vamos nos relacionar, a doutrina que vamos seguir, o blog que vamos ler, e por ai vai. A interatividade do mundo não nos exime de responsabilidade ela simplesmente nos exige ter mais zelo no nosso modo de interagir e ao escolher com quem nos relacionaremos.<br /><br />Circunstâncias, destino e os outros fazem parte do nosso ambiente de vida, estão ali querendo nos influenciar de todas as maneiras, mas a maneira como eles irão nos influenciar depende exclusivamente de nós, a conseqüência desta interação é dependente somente de nossas decisões e ações. O resto é birra de criança mimada.<br />ApoloAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-83080138773442491932008-09-11T22:51:00.000-03:002008-09-12T13:01:35.081-03:00Aonde você quer chegar?Esta foi a pergunta, quase que automática, que recebi de uma das pessoas que leram a minha primeira postagem neste blog. Se me dei o trabalho de criar um blog e estou me propondo a escrever algo toda semana, então é óbvio que devo estar querendo chegar a algum lugar. Como tudo o que a gente faz nesta vida TEM que existir um propósito, um objetivo, uma meta. Mas caramba! Eu não tenho nada disso neste caso! Foi por isso que a minha resposta, também quase automática, foi: "E eu preciso saber onde quero chegar?"<br /><br />Quem nunca ouviu, quando criança ou adolescente, a pergunta "O que você vai querer ser quando crescer?" e qualquer que fosse a sua resposta ai vinha o conselho para você estudar e se preparar para atingir a sua meta, seguia-se aquele blá, blá, blá todo de como você seria feliz ao atingir os seus objetivos. Este raciocínio é o que dá sustentação à pergunta que me foi feita: "Trace a sua meta e procure a sua felicidade", lógico não?...... NÃO!<br /><br />Primeiro problema, a sua felicidade nunca pode estar na sua meta, no objetivo que você quer atingir. Existe uma grande confusão a este respeito. Um grande homem disse "pelos seus frutos conhecerás se algo é bom ou é ruim". Numa das maiores distorções da história as pessoas acreditaram que tinham que conseguir a qualquer custo "dar bom fruto" para serem felizes. Fruto é conseqüência de um sem número de processos, desde colocar a semente em terra fértil até contar com a sorte para não vir uma geada ou enchente e arruinar a lavoura. Fruto é sazonal e efêmero e somente terá utilidade se puder ser degustado por alguém ou der semente para continuar o ciclo da vida. Será que a nossa felicidade tem que ser também efêmera e somente ser válida se conseguirmos ser útil para os outros? Será que enquanto acontecem esses fenômenos que levam uma semente a germinar e depois dar fruto não pode já existir felicidade?<br /><br />Segundo problema, meta não é real, ela só existe na sua cabeça, na sua esperança. Ancorar a felicidade em algo tão frágil assim não parece muito inteligente, não é mesmo? Concreto é o que você faz hoje, o que você sente hoje. Mas isso quer dizer que não devemos ter esperança? Claro que não! Para nós humanos, que temos esperança, ela nunca morre e não é para morrer mesmo, precisamos dela. Mas o que fazemos hoje para atingir a nossa meta é o que nos deve dar felicidade. A felicidade é para ser vivida e sentida a cada dia, nunca para ser colocada como conseqüência de uma meta a atingir.<br /><br />Terceiro problema, metas geralmente não são atingidas. Pense em você mesmo há alguns anos atrás, quantas das suas metas você não conseguiu atingir?..... Calma, isso não significa que somos fracassados, quer dizer que a vida com toda a sua dinâmica nos leva onde ela e nós mesmos permitimos. Engraçado que isso também acontece no mundo dos negócios. A Coca Cola foi criada com a meta de ser xarope; A Internet foi idealizada para integrar experiências científicas de universidades e por ai vai. Nenhuma delas cumpriu a sua meta original, mas nunca ninguém poderá dizer que são fracassos. Com nós mortais é a mesma coisa, não importa se você não cumpriu a sua meta, importa aonde você chegou e se para chegar você trilhou um dia a dia de felicidade, de realização, de motivação, de alegria, etc. E é isto que eu procuro, não sei aonde vou chegar, mas espero a cada postagem poder me divertir mais e mais.<br /><br />ApoloAPOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1239946532885355792.post-39783773635150077792008-09-09T15:41:00.000-03:002008-09-09T17:25:30.035-03:00O InícioArrumar o armário, catalogar os CD´s, separar as fotos e quantas outras coisas nós temos no nosso "to do list" as quais vamos protelando, protelando enquanto a bagunça continua aumentando sem esperar a nossa tomada de atitude. Criar um Blog estava na minha lista, finalmente aconteceu! (será?), bom pelo menos formatar um é um começo. Será que terei a disciplina para escrever nele toda semana como me proponho? Não sei, mas pelo menos estas linhas são um início.<br /><br />Tudo começou quando meu filho caçula me sugeriu escrever um livro de "filosofia". O que ele queria dizer na realidade era "porque você não escreve todas essas coisas que nos costuma dizer e são tão diferentes das frases feitas que ouvimos por ai?". Não sou um iconoclasta e muito menos um revoltado social, considero-me apenas um observador com calos na alma que foram capazes de romper os paradigmas que teimam em nos colocar desde pequenos. Quem tiver paciência de ler este blog poderá compartilhar um pouco dessas observações e divagações. Se você achar alguma utilidade na leitura, bom para você! Se não gostar clique e vá para outro, pode ser egoísta mas esta viagem é minha, escrevo porque gosto e se quiser embarcar comigo será bem vindo, não tenho a intenção de salvar o mundo, escrever um livro de auto-ajuda ou de revelar O Segredo da felicidade só pretendo expor o que precisei destruir para poder moldar uma maneira de viver tão peculiar e tão lugar-comum ao mesmo tempo. Quem sabe meu filho caçula acabe sendo meu único e fiel leitor?<br /><br />Apolo.APOLOhttp://www.blogger.com/profile/17631421843401443257noreply@blogger.com0