quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Jogando Dados com Deus – Sobre a Sorte, o Destino e Afins

"Considerando que o tempo é uma variável física então ele pode ser previsto através de sofisticadas equações, e se ele pode ser previsto, então não tem nada que possamos fazer para mudá-lo”. Este raciocínio fundamentou um ramo da Física chamado de Determinismo Científico. Um dos seus simpatizantes era Albert Einstein que, num rompante, ao ver mais uma tese fracassar tentando provar “as verdades” dessa ciência, exclamou a sua célebre frase “Deus não joga dados!

Os defensores do Determinismo mantêm a esperança de que as “variáveis escondidas”, necessárias para provar que estão certos, ainda serão descobertas. Antes que esta esperança se espalhe por aí, cabe lembrar que a Física Quântica já se encarregou de jogar para a obsolescência as teorias do Determinismo Científico.

Sendo verdade que o futuro nunca poderá ser previsto matematicamente, então podemos dizer que o universo funciona aleatoriamente? Obviamente que não. Existem Leis que regem tanto a natureza física quanto a natureza espiritual. As de natureza física são mais facilmente comprovadas e tem toda uma ciência para isto. As de natureza espiritual são temas das doutrinas religiosas ou das “filosofias de vida”, que é o outro nome que os não-religiosos dão às suas religiões. Nós humanos navegamos no meio destes dois mundos, o físico e o espiritual, por esta razão estamos sujeitos às leis destes dois universos. Desta ululante afirmação podemos deduzir como é sem-sentido levar uma vida dedicada somente a uma das naturezas pelas quais transitamos. A resultante dessas leis é a nossa realidade concreta, e depende da interação do físico com o espiritual, num verdadeiro caleidoscópio que se movimenta criando novas realidades a cada pequena mexida. Se não podemos ter certeza absoluta do resultado final com total previsibilidade, como agirmos então neste jogo da vida que é o nosso dia-a-dia?

Já que Einstein estava errado e que efetivamente Deus joga dados (desculpem-me os religiosos, misturar Deus com jogatina parece uma heresia, mas entendam como tendo o significado de que, não existe determinismo no nosso mundo), então uma resposta para a pergunta acima seria: “Vamos jogar dados com Deus, então!”.

Comecemos o jogo: Temos dois dados (não viciados, claro!), as combinações possíveis são:




Não sabemos com certeza que combinação sairá ao jogarmos os dados, mas podemos saber que as combinações mais prováveis serão as de soma 6, 7 e 8. Se tivermos que nos posicionar sobre que soma esperar, logicamente o faremos num destes três números. Isso não quer dizer que o resultado não possa ser soma 2 ou soma 12, isto será absolutamente possível e dentro das probabilidades.

A metáfora aqui é que na vida é exatamente igual. Nunca teremos certeza absoluta sobre o quê e quando algo irá acontecer, mas podemos avaliar e nos posicionar dentro do que é mais provável de acontecer. O nosso campo de probabilidades depende da nossa preparação, do nosso esforço, do nosso cuidado, tanto físico quanto espiritual. Este é o grande poder que nos foi dado, o de podermos CRIAR o nosso próprio espectro de maiores possibilidades. Sempre lembrando que, igual aos dados, o resultado das combinações não está só em nossas mãos. No caso dos dados o resultado não depende somente da força com que se lançam as peças, depende também da dureza da superfície e do próprio material com que os dados são feitos. Assim como a força com que você faz o lançamento vai depender do seu estado emocional, que pode ter sido afetado interagindo com outras pessoas, ou do suor da sua mão que pode depender da temperatura do ambiente e ainda das vezes que você chacoalhou os dados. Mesmo que você consiga controlar todas as variáveis aqui enumeradas o resultado ainda será dentro de um faixa esperada de números.

Na dinâmica das nossas vidas estamos o tempo todo criando cenários de possibilidades pelos nossos atos, decisões e interações com os outros seres e fatores, tanto físicos como espirituais. Estamos constantemente vendo o resultado das interações e combinações que foram feitas no passado junto com as que são feitas no presente e que ora se consolidam para formar a nossa realidade concreta.

O fato de nos posicionarmos esperando um 6, 7 ou 8 e obtermos um 2 não quer dizer que estávamos pré-destinados a esse número, o nosso “destino” era de 2 a 12, sendo 6,7 ou 8 os resultados mais prováveis. Igual ao jogo de dados, obter outro número não significa que “forças ocultas” conspiraram contra você. Pode significar, talvez, que você sem perceber construiu outro cenário de maiores possibilidades, o qual a sua miopia nega-se a enxergar, ou simplesmente que esse outro resultado fazia parte dos também prováveis no jogo da sua vida. Creditar ao destino o PORQUÊ de ter obtido outro resultado equivale a esperar as “variáveis ocultas” que os ultrapassados físicos deterministas esperam em vão descobrir. O nosso poder criador não permite que o destino exista. O processo de criação implica dizer que TEM que ser novo, original, gerado, imaginado, etc. Esta é a grande dádiva recebida, e ao afirmar que ela não existe negamos a grandeza do nosso criador. Criamos de forma física, através de atos, decisões, fatos e da interação com o mundo que vivemos; criamos de forma espiritual, através de orações, lutas espirituais e interações com o Ser Superior e todo o seu Reino, a resultante é exatamente onde você está agora.

Tiger Woods, o golfista que é atualmente o esportista mais bem pago do mundo, uma vez foi perguntado se ele acreditava que o seu sucesso era decorrente de sorte ou de treino. Ele respondeu, “É sorte, e quanto mais eu treino mais sorte eu tenho”. Entendeu?

APOLO.